Ação mira grupo envolvido em 40 roubos de carga no RS; prejuízo supera R$ 3 milhões

Ação mira grupo envolvido em 40 roubos de carga no RS; prejuízo supera R$ 3 milhões

Quadrilha especializada em roubos de carga de cigarro é alvo da Operação Mellarius

Marcel Horowitz

Operação Mellarius teve como alvo quadrilha especializada em roubos de carga de cigarro

publicidade

A Polícia Civil desencadeou, nesta terça-feira, a Operação Mellarius, em combate a um grupo especializado em roubos de carga de cigarro. A quadrilha é apontada como responsável por 40 assaltos, que somam prejuízo superior a R$ 3 milhões. Os crimes ocorreram em Porto Alegre, região Metropolitana e no Vale do Sinos.

Participaram da ofensiva 157 agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A investigação foi coordenada pela Delegacia de Repressão a Roubo e ao Furto de Cargas (Drfc).

As diligências aconteceram em Gravataí, Cachoeirinha e na Capital. Foram cumpridas 70 ordens judiciais, sendo 12 de prisões preventivas e 40 mandados de busca e apreensão.

Até o momento, dez pessoas foram presas. Houve ainda o sequestro de quatro veículos, além da apreensão de armas, munições e caixas de cigarro.

Facção no Vale do Sinos

Segundo o diretor da Divisão de Investigação do Deic, delegado Eibert Moreira Neto, a quadrilha é a que tem maior atuação em roubos de carga no RS. O bando, explica, é ligado a uma facção com base no Vale do Sinos.

"A quadrilha é especializada em roubos de carga, mas também possui vínculos com outras organizações criminosas. Inclusive, vários dos investigados respondem por homicídio e tráfico. Eles têm ligação com uma facção que atua no Vale do Sinos”, declarou Eibert Moreira ao repórter Eduardo Souza, da Rádio Guaíba.

Foram identificados 20 suspeitos. Todos já tinham antecedentes criminais. Eles são investigados por crimes em Eldorado do Sul, Gravataí, Esteio, Viamão, Sapucaia do Sul, Canoas, Cachoeirinha, Porto Alegre, Taquara, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Guaíba, entre outras cidades.

Infiltrados em empresa

Três dos alvos da ação, incluindo o líder do bando, trabalhavam infiltrados na BAT Brasil, antiga Souza Cruz. A empresa auxiliou os policiais com repasse de informações ao longo da apuração, que durou cinco meses. O trio guiava caminhonetes da companhia.

Dois dos suspeitos atuavam como condutores. Eles conheciam as táticas de gerenciamento de risco da empresa.

Um terceiro atuava como motorista ativo. Ele era responsável por vazar dados internos e, por vezes, também se passava por vítima dos roubos.

Modus operandi

Foi constatado que dois criminosos armados guiavam uma caminhonete Fiat Fiorino branca. O automóvel era roubado e tinha placas clonados.

A dupla se aproximava do veículo da empresa e rendia o motorista. Ele era obrigado a ir até um local ermo, onde o roubo era efetuado.

Na maior parte dos casos, não havia ingresso dos criminosos no veículo da vítima. Quando havia, eles utilizam luvas, casaco e máscaras.

Após o transbordo da carga, diretamente para o automóvel que tripulavam, os suspeitos ordenavam o retorno do motorista ao veículo da empresa. Houve casos em que a vítima foi trancada dentro do baú da própria caminhonete.

O automóvel dos criminosos também possuía três placas, inseridas uma por cima da outra. Os sinais eram trocados no decorrer da fuga, fazendo com que o veículo “sumisse” após o roubo.

Além disse, os ladrões revestiam o interior do carro com papel alumínio. A intenção era dificultar os mecanismos de rastreamento da carga.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895