Acusados de matar Eliseu Santos são julgados em Porto Alegre

Acusados de matar Eliseu Santos são julgados em Porto Alegre

Crime ocorreu em 2010 no bairro Floresta

Correio do Povo

Acusados de matar Eliseu Santos são julgados em Porto Alegre

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O julgamento de dois dos acusados pela morte do então secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, teve início na manhã desta quinta-feira no plenário da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. A sessão foi aberta pelo juiz André Vorraber Costa, que estima o encerramento dos trabalhos somente na madrugada desta sexta-feira.

Após serem ouvidas testemunhas e ocorrer o interrogatório dos réus que, ainda durante o andamento do processo criminal, haviam optado por ficarem calados, a sessão prevê debates orais, oportunidade para acusação e defesa. A partir da decisão dos sete jurados, o juiz estabelecerá a pena (em caso de culpa) ou determinará a soltura imediata dos réus (em caso de absolvição). O processo foi cindido em quatro partes pela Justiça. Eliseu Santos foi morto na noite de 26 de fevereiro de 2010 quando saía de um culto evangélico na rua Hoffmann, no bairro Floresta, acompanhado da mulher e da filha.

Os réus Eliseu Pompeu Gomes e Fernando Junior Treib Krol são acusados de homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio que resultou em perigo comum, emprego de meio que dificultou a defesa, e assegurar a impunidade de outros crimes). Eles ainda respondem por cinco crimes conexos: comunicação falsa de crime (apenas Gomes), receptação de veículo roubado (do carro usado no ataque), adulteração de placa, fraude processual (queima do veículo) e formação de quadrilha.

Na acusação atuam os Promotores de Justiça Lúcia Helena Callegari e Eugênio Paes Amorim. “O Ministério Público vai sustentar que, conforme apontam as provas dos autos, a existência de homicídio qualificado e outros crimes conexos, resultantes de represálias à atuação do secretário no que diz respeito à contratação de uma empresa de vigilância”, afirmou Eugênio Paes Amorim à imprensa antes do início do julgamento. “Há muita coisa pesada e desagradável que será conhecida agora no julgamento”, antecipou, acrescentando que o inquérito policial desconsiderou as ameaças à Eliseu Santos.

No começo do julgamento, o Promotor de Justiça perguntou à viúva de Eliseu Santos se os criminosos tentaram roubar o carro de Eliseu Santos e ela negou o fato. “Só soube que ele estava sendo ameaçado depois que ele foi morto”, relatou a viúva. Eliseu Santos estaria fazendo um dossiê sobre os contratos que envolviam a empresa de segurança pouco antes de ser morto.

Com os réus atuam defensores públicos Álvaro Antanavicius Fernandes e Eledir Amorim Porto. “A Polícia Civil chegou a conclusão que foi um crime de latrocínio. O Ministério Público fez outras investigações e chegou a conclusão que seria homicídio, que acaba beneficiando os réus, mas até agora neste processo os réus não falaram”, afirmou Eledir Amorim Porto. “Esse processo, pelo meu entendimento, não chega a uma conclusão tanta por essa divergência entre o Ministério Público e a Polícia Civil”, complementou. “Os jurados terão de optar se acreditam na Polícia, no Ministério ou nos réus”, declarou pouco antes do início da sessão.



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