Advogada renuncia à defesa de Papagaio
Foragido desde abril, assaltante é suspeito de ter retomado as atividades ilícitas
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A advogada acredita que Papagaio ainda não tenha conhecimento da renúncia dela, formalizada em todos os processos. "Trabalhei tantos anos para ele que julguei que estivesse ressocializado e disposto à reinserção social", disse Maria Helena. A advogada avaliou que a situação de Papagaio está bastante complicada, pois quem fugiu cinco vezes perde a credibilidade com o Judiciário. "Quando ele for recapturado, terá de reiniciar a contagem de tempo para um dia voltar a pleitear a troca do regime fechado para o semiaberto", observou. Segundo ela, os quase 13 anos de pena já cumpridos - do total de 50 anos e cinco meses - de nada valem para requisitar novos benefícios. Para reivindicar a progressão de regime, Papagaio terá de cumprir mais nove anos.A advogada acrescentou que a situação do apenado se complica a cada dia que permanece foragido. "Sob o ponto de vista da assistência jurídica, ele está entregue à própria sorte", assinalou.
Maria Helena lembrou que a última concessão de benefício ao cliente foi resultado de dois anos de trabalho. "Depois disso será difícil argumentar que o detento está disposto a trabalhar e reconquistar a liberdade", destacou. Segundo ela, Papagaio recebeu várias chances do Judiciário e não soube aproveitá-las. Ela admitiu que, se ele tivesse retornado ao sistema prisional espontaneamente, não o teria abandonado. Ainda aguardando outros julgamentos, Papagaio tem a cumprir 35 anos e 2 meses de prisão.