Agente penitenciário levado refém é encontrado em Taquari

Agente penitenciário levado refém é encontrado em Taquari

Servidor foi levado por homens que resgataram um apenado considerado de alta periculosidade

Correio do Povo

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O agente penitenciário levado refém pelos homens que resgataram um apenado, no final da tarde de segunda-feira em Lajeado, foi encontrado no final da noite no interior de um matagal em Taquari. Ele havia ficado amarrado e conseguiu depois se desprender e pedir socorro na casa de um morador da região. O caso mobilizou Susepe, Brigada Militar e Polícia Civil. Representante da categoria, a Amapergs Sindicato acompanhou o desenrolar dos fatos.

Considerado de alta periculosidade, com envolvimento sobretudo em assaltos, o detento cumpria pena no Presídio Estadual de Lajeado e foi encaminhado para atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após ter simulado um mau súbito. Em frente ao posto de saúde, a escolta da Susepe foi atacada por indivíduos armados que estavam em uma Chevrolet Spin, de cor azul marinho, e um Peugeot, de cor branca. Houve confronto, sendo que a ambulância, que transportava o presidiário, foi atingida. As paredes da unidade de saúde também ficaram com as marcas dos disparos. Houve pânicos entre médicos, enfermeiros e funcionários do local, além de pacientes e familiares.

O apenado, que teria vínculos com uma facção da Região Metropolitana de Porto Alegre, foi então retirado e fugiu com os cúmplices, sendo feito refém um dos agentes penitenciários. O servidor da Susepe permaneceu em poder dos criminosos por cerca de três horas. Durante a fuga, os criminosos passaram pelo município de Cruzeiro do Sul, onde roubaram um veículo na localidade de São Miguel. A Spin foi abandonada na área. Pelo menos seus bandidos podem ter participado da ação que foi bem planejada. A Brigada Militar e a Polícia Civil realizaram buscas na região.
O presidente da Amapergs Sindicato, Flávio Berneira, fez um alerta que resgates de detentos podem se repetir em todo o RS.

“Infelizmente essa é uma possibilidade real”, afirmou. De acordo com ele, a falta de servidores na Susepe, superlotação nos estabelecimentos prisionais, deficiência nas condições materiais de trabalho. O dirigente constata uma situação de fragilidade na segurança. “Há escoltas com número abaixo do necessário ou de alto risco sem que possa oferecer força de trabalho proporcional ao risco dos presos escoltados’, alertou.

Flávio Berneira disse também que é um “absurdo” ter presos de alta periculosidade em presídios comuns, lembrando que a interdição judicial da casa prisional de Lajeado já havia sido pedida pela Amapergs Sindicato devido ao déficit de agentes penitenciários. “A situação agrava a fragilidade da segurança”, avaliou, observando que é preciso ampliar o número de servidores e investimentos em equipamentos e até nas estruturais dos estabelecimentos penais.

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