Alemão Caio é condenado a mais de 40 anos de prisão em regime fechado

Alemão Caio é condenado a mais de 40 anos de prisão em regime fechado

Empresário Carlos Flores Chaves Barcellos tentou matar a ex-esposa e assassinou o então namorado dela

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Juíza Marilde Goldschmidt lê a sentença

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Após mais de 6 horas, chegou ao fim o julgamento do empresário Carlos Flores Chaves Barcellos, conhecido como Alemão Caio. O ex-surfista foi condenado a 41 anos e 3 meses de reclusão pelo homicídio triplamente qualificado de José Augusto Bezerra de Medeiros Neto, pela tentativa de homicídio duplamente qualificado de Ivanise Barcellos e pelo porte ilegal de armas. A juíza Marilde Goldschmidt manteve a prisão preventiva, ou seja, o réu seguirá preso e não poderá apelar em liberdade.

Alemão Caio matou a facadas, em 2011, José Augusto Bezerra de Medeiros Neto, o Zeca Bezerra, então namorado da ex-esposa dele, Ivanise Menezes. Caio também tentou assassinar Ivanise, em frente ao filho do casal 

A acusação sustentou que Caio nunca aceitou a separação e que só não matou Ivanise também porque a arma falhou. Já a defesa queria que o homicídio contra Zeca perdesse as qualificadoras (motivo torpe, meio cruel e emboscada), reduzindo a pena final, e que a tentativa de homicídio contra a ex, que levou uma facada na perna, fosse considerada lesão corporal.

As testemunhas de defesa e acusação falaram pela manhã. Um policial militar que atendeu a ocorrência contou que, ao chegar ao local dos crimes, o filho do casal, então com 10 anos, o abraçou e pediu: “Prende o meu pai. Ele matou o Zeca”. Já um psiquiatra convocado pela defesa afirmou que Caio sofre de psicopatia. Outras testemunhas confirmaram que ele tinha perfil “competitivo” e não admitia “perder”. Com os argumentos, a defesa tentou convencer o júri que que, embora ele tenha matado Bezerra, de quem era conhecido e adversário em competições de surfe, não tinha a intenção de matar Ivanise.

O júri foi presidido pela juíza Marilde Goldschmidt, que recebeu um pedido formal de desculpas de um dos advogados de defesa, Mateus Marques, pelo tempo que o processo demorou para ser julgado em função dos pedidos de prorrogação das defesas anteriores. Em seguida, o também defensor de Caio, Marçal Carvalho, defendeu que ele seja condenado “nos limites da lei” e “sem perfumaria”.

Relembre

Em 12 de agosto, Alemão Caio passou a ser considerado foragido da Justiça após não ter sido localizado nos três endereços de Porto Alegre informados à Polícia Civil. No início do mês passado, ele não compareceu ao tribunal do júri, em Torres, alegando problemas de saúde. Com isso, a Justiça decretou a prisão preventiva do réu, que até então cumpria prisão domiciliar. Sete anos após o crime, em Torres, essa havia sido a quinta tentativa de levar o caso a julgamento. Ele acabou sendo localizado pela polícia em 22 de agosto, em um motel no bairro Azenha, em Porto Alegre.


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