Aluna que desviou dinheiro de formatura mudou senha de e-mail para esconder saques, diz colega

Aluna que desviou dinheiro de formatura mudou senha de e-mail para esconder saques, diz colega

Nova presidente da Comissão da Formatura prestou depoimento nesta sexta e é considerada uma das vítimas

R7

publicidade

A nova presidente da Comissão de Formatura da turma da Faculdade de Medicina da USP lesada por um golpe afirmou nesta sexta-feira à polícia que a ex-presidente do grupo, Alicia Müller, que desviou cerca de R$ 1 milhão, trocou a senha de e-mail para impedir a comunicação do restante da comissão com a empresa Ás Formaturas.

Segundo a delegada Zuleika Araújo, do 16º DP, que investiga o caso, a estudante Gabriela Sarti afirmou no depoimento que a comissão descobriu que Alicia "alterou a senha do e-mail com que a empresa se comunicava com eles. Eles não estavam recebendo nenhum e-mail porque houve essa alteração", disse Zuleika.

A nova presidente da Comissão de Formatura é considerada uma vítima de Alicia Müller, assim como demais alunos - cerca de 110 pagaram pela festa. Segundo a delegada, a Ás Formaturas avisou em um grupo de Whatsapp que os saques teriam ocorrido, mas não detalhou o valor. Dessa forma, o alerta se misturou com a relização de uma outra festa chamada "Bota-Dentro", e os alunos não conseguiram entender que o dinheiro estava sendo retirado por Alicia. A Ás Formaturas se comprometeu a realizar a festa.

Alicia Müller, que tem 25 anos, admitiu que desviou cerca de R$ 1 milhão e usou parte do valor para despesas pessoais, como aparelhos eletrônicos e aluguel de carro e apartamento. Outra parte foi usada em apostas lotéricas. Alicia foi indiciada pelo crime de apropriação indébita, cuja pena é de até quatro anos, e inicialmente não será presa.

Aos alunos, Alicia chegou a afirmar que havia feito investimentos em instituições financeiras, o que é negado pela polícia. A investigação aguarda dados da movimentação bancária feita pela jovem para concluir o inquérito.

Despesas

A delegada contou que valores como o aluguel de um carro, de cerca de R$ 2.000, além do aluguel e do condomínio de apartamento, de R$ 3.700, são incompatíveis com a renda de pouco mais de R$ 4.000 que a estudante tinha por conta de pequenos trabalhos que realizava e de uma bolsa estudantil.

Segundo a delegada Zuleika, 110 alunos que estavam pagando pela formatura foram prejudicados.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895