Alunos pediam para não serem mortos, diz sobrevivente de massacre no Rio

Alunos pediam para não serem mortos, diz sobrevivente de massacre no Rio

"Ele gritava: 'Vou matar vocês, vou matar vocês'", relata aluna de 12 anos

Agência Brasil

Alunos pediam para não serem mortos, diz sobrevivente de massacre no Rio

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Os gritos “Eu vou matar vocês, eu vou matar vocês” ecoam na memória da menina Jade de Araújo, 12 anos. Aluna da 6ª série da Escola Municipal Tasso Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, ela foi uma das sobreviventes do massacre promovido por Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos. Ele invadiu a escola na manhã desta quinta-feira armado e disparou contra os estudantes, deixando pelo menos 12 vítimas fatais.

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No momento que Wellington invadiu a escola, por volta das 8h, Jade e seus colegas realizavam uma prova de ciências, no segundo andar do prédio. O teste foi interrompido ao som de tiros e gritos desesperados nos corredores.

“Vieram duas meninas falando pra gente sair da sala e subir para o terceiro andar, senão ele ia matar a gente. Saiu um pisoteando o outro e, no terceiro andar, já tinha muita gente agonizando. Ele gritava: 'Vou matar vocês, vou matar vocês'. E as crianças gritavam: 'Não me mata, não me mata”, relatou Jade.

Também assustada, a mãe de Jade, Lúcia Ramos, contou a sensação de insegurança que ficou após a tragédia: “Por mim nem mandaria as crianças para a escola de novo”, desabafou ela, que mandou o irmão de Jade buscá-la Jade na escola assim que soube do ocorrido.

Pai relata “visão tenebrosa”

O pai de um aluno de 14 anos, Felipe Luiz, esteve no local e contou que foi “uma visão tenebrosa”. Morador da mesma rua da escola, afirmou que estava em casa quando ouviu os tiros e que, ao entrar na instituição de ensino, se deparou com uma cena de terror, chegando a sentir uma dor no estômago.

“Vi crianças baleadas, ensanguentadas. Não dá para explicar porque um sujeito vem até aqui e atira em crianças. Aqui é uma região tranquila. O colégio é bom e tem uma certa segurança”. Ele foi um dos primeiros a ajudar no socorro das vítimas. “Os bombeiros chegaram rápido e trabalharam muito bem”, elogiou.

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