Após 28 anos, governo oficializa troca de comando da Cadeia Pública de Porto Alegre

Após 28 anos, governo oficializa troca de comando da Cadeia Pública de Porto Alegre

Na gestão do antigo Presídio Central desde 1995, Brigada Militar devolveu atribuição para Susepe

Marcel Horowitz

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O pátio da Cadeia Pública de Porto Alegre foi palco, na manhã desta quinta-feira, de uma solenidade considerada histórica pelas forças de Segurança. Após mais de 28 anos sob o comando da Brigada Militar, o antigo Presídio Central agora passa novamente ao controle da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), destituída da atribuição em julho de 1995, após sucessivas fugas e rebeliões. 

"É um dia histórico. Há 28 anos, deixávamos o comando do então Presídio Central, após uma trágica rebelião e de uma fuga em massa. Em 1995, foi necessário que a BM desempenhasse a função de comandar unidades prisionais. A missão era para ser por apenas três meses, mas perdurou por quase três décadas. Hoje damos mais um passo para termos uma polícia penal fortalecida e cumprindo seu papel na Segurança Pública do Estado", destacou Mateus Schwartz, superintendente da Susepe.

Além de representantes da Susepe e da BM, o evento contou ainda com a presença dos secretários de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, e da Segurança Pública, Sandro Caron, além do governador Eduardo Leite, que mediou um ato simbólico de passagem das chaves da unidade. "O que diz respeito ao sistema prisional acaba sendo menos percebido pelas pessoas, mas a sociedade não deixa de sentir o efeito da falta de investimentos na área. Quando o sistema prisional não é observado com prioridade, dentro de uma estratégia de segurança pública, acaba significando a possibilidade do crime operar de dentro dos presídios ou de dar chance a decisões judiciais para soltar criminosos perigosos à sociedade", declarou o tucano.

O chefe do Executivo Estadual também destacou que a troca de guarda é uma das consequências dos R$ 120 milhões investidos em obras de remodelação da estrutura e de outros R$ 180 milhões destinados à construção da nova penitenciária de Charqueadas, para onde serão transferidos os apenados remanescentes do antigo Central. "São R$ 300 milhões que não serão visíveis pela maior parte da sociedade, mas vamos poder dizer que o Estado investe no sistema prisional e dá conta do recado", enfatizou. 

"Ganhamos 200 brigadianos para a redução dos indicadores e para a melhora da sensação de segurança do povo gaúcho", destacou o secretário de Segurança, Sandro Caron que, além de ressaltar investimentos feitos para a formação de novos soldados, também reforçou que os militares saem da administração da cadeia para aumentarem o patrulhamento nas ruas.
     
Ainda conforme o Executivo, a construção do novo Presídio Central, iniciada em julho de 2022, já está 50% pronta e deverá ser concluída em janeiro de 2024. No local, que ainda conta com uma galeria vazia, e outra ocupada por aproximadamente 800 presos, vão ser erguidos nove módulos, que somam 1.884 vagas em 240 celas.

O presidente do Sindicato da Polícia Penal do Rio Grande do Sul (Sindppen/RS), Saulo Felipe Basso dos Santos, lembrou que, quando os policiais penais deixaram o Central, apenas dez servidores, por dia, trabalhavam na unidade. "É um dia histórico para a sociedade gaúcha. Com todo o respeito à BM, estamos retornando para o lugar de onde nunca deveríamos ter saído", celebrou.


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