Após assassinatos em Blumenau, Dino vai se encontrar com big techs para falar sobre regulação

Após assassinatos em Blumenau, Dino vai se encontrar com big techs para falar sobre regulação

Em entrevista à Record TV, ministro da Justiça e Segurança Pública falou sobre as medidas para prevenir ataques a escolas

R7

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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse que vai se encontrar, nesta segunda-feira (10) com representantes de big techs para debater a autorregulação das plataformas digitais. A intenção é evitar ataques criminosos como o ocorrido em uma creche particular em Blumenau (SC), que deixou quatro crianças mortas. Ele comentou as ações do governo para evitar casos semelhantes em entrevista à Record TV neste sábado (8).

Segundo Dino, esses crimes são planejados principalmente na internet, tanto que o governo federal pretende publicar normas para que as plataformas digitais façam o filtro do conteúdo publicado. "Queremos que o dever de cuidado dessas plataformas seja ampliado. Já há o trabalho deles em relação [ao combate] à pedofilia, e queremos que isso se estenda às violências múltiplas contra as comunidades escolares. Nos últimos dias, identificamos mais de 80 perfis dedicados à apologia de crimes contra escolas, e isso mostra urgência", alertou.

O ministro lembrou que já existem debates sobre o tema no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regulação das redes, e que o Marco Civil da Internet também prevê monitoramento. "A reunião de segunda-feira visa propor esse debate para as plataformas reforçarem seu monitoramentos e moderação de conteúdo, e no MJ [Ministério da Justiça e Segurança Pública] vamos adotar normas até que Congresso e STF decidam sobre o tema.

"Infelizmente [ataques como o de Santa Catarina], têm uma raiz na difusão, sobretudo na internet, mas não só, de discursos de ódio, uma cultura de violência em vários âmbitos da sociedade. E temos agora uma emergência, na medida em que isso migrou para o ambiente escolar", afirmou o ministro. "É um fenômeno profundo, grave e estamos empreendendo ações urgentes e um debate mais sólido de como resolver isso de maneira duradoura", completou.

Canal de denúncias

O Ministério da Justiça e Segurança Pública criou um canal para receber denúncias de ameaças e ataques contra as escolas. Clique aqui para acessar.

A medida faz parte de um pacote de ações de prevenção criado pelo governo federal após os assassinatos em Blumenau. A identidade dos denunciantes é preservada e as informações, mantidas sob sigilo. A ação faz parte da Operação Escola Segura e terá o apoio da equipe do CiberLab, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, na análise das informações.

Dino destacou que o canal está disponível para a colaboração das comunidades escolares e de toda a sociedade. "É uma forma de todos poderem nos ajudar no monitoramento dessas ameaças. Fazemos esse apelo a todas as famílias brasileiras. Quando identificarem algum tipo de discurso de ódio, ameaçador, de violência em relação a escolas e universidades, veicule essa mensagem no Ministério da Justiça porque isso vai servir para as equipes policiais", disse.

A intenção é garantir que a Polícia Federal e as polícias locais possam agir com mais velocidade e evitar novos ataques a escolas. "Temos uma equipe dedicada a isso. São mais de 50 policiais voltados para esse monitoramento digital, e temos também a Direção de Crimes Digitais da Polícia Federal. Há sinergia entre equipes federais e estaduais. Temos em rede todas as delegacias de crimes cibernéticos das polícias", disse.


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