Após incêndio de ônibus, sábado é de tensão na Vila Cruzeiro

Após incêndio de ônibus, sábado é de tensão na Vila Cruzeiro

Polícia negou tiroteios durante a madrugada na zona Sul de Porto Alegre

Karina Reif

Posto de saúde segue fechado

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Após tiroteio, morte, incêndio em ônibus e confusão no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, a unidade de saúde não abriu no sábado e cinco linhas de coletivos deixaram de circular na região pela manhã por falta de segurança. Os moradores do bairro da zona Sul de Porto Alegre estavam aterrorizados um dia depois do confronto entre traficantes. Como não havia transporte público, o gari Pedro Siqueira, que havia trabalhado toda a madrugada, precisou ir a pé para casa não muito longe da onde ocorreu a troca de tiros na sexta-feira. Loide Souza dos Santos, 51 anos, que mantém um salão de beleza no Centro, pegou um táxi para chegar ao estabelecimento.

Uma mulher que não quis se identificar disse que sempre houve consumo e venda de crack na região, assim como pobreza e violência, porém os episódios estão se tornando mais visíveis nos últimos meses para quem não mora no local. Na manhã de sábado, apesar do medo, estava calmo na Vila Cruzeiro. Muitos vizinhos se reuniam nas esquinas para conversar. O oficial de serviço do 1º Batalhão de Polícia Militar, Luiz Brizola, disse que não houve ocorrências durante a madrugada, nem tiroteio, apesar dos boatos.

Um bilhete na porta do Pronto Atendimento do Posto da Vila Cruzeiro avisava que o local estava fechado pela falta de segurança e que haveria uma reunião neste domingo às 10h30min, na unidade com representantes da comunidade para avaliar a possibilidade de retomada das atividades. A Guarda Municipal deverá dar apoio para a retomada do serviço, caso seja decidido que voltará a abrir. Algumas pessoas procuraram atendimento e parte delas ficou revoltada por conta do fechamento.

As linhas de ônibus 244 - Santa Teresa, 244.1 - Mariano de Matos, 282 - Cruzeiro, 282.1 - Pereira Passos e T3 não circularam na manhã de sábado Capital. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que o motivo da paralisação foi a insegurança. Os ônibus voltaram a trafegar pela tarde.

Apesar de os coletivos Icaraí 149 e Icaraí /AltoTaquari 149-1 estarem funcionando, os motoristas e cobradores estavam com medo. O aposentado João Padilha, 59 anos, disse que parecia que o bairro estava em guerra. “A Brigada Militar faz a sua parte, mas sabemos que os bandidos têm olheiros. Tem que chamar a Força Nacional”, observou.

Na tarde de sexta, um ônibus foi incendiado. Não há previsão de retorno do atendimento. No dia 3 de setembro, dois ônibus e uma lotação foram queimados, quando o serviço de transporte também foi prejudicado.

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