Ataque a carro-forte em SC deixa polícia gaúcha em alerta

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, de Porto Alegre, entrou em alerta após o ataque ao carro-forte ocorrido na manhã de terça-feira no km 42 da rodovia SC 355, entre Fraiburgo e Videira, em Santa Catarina. O blindado foi explodido por uma quadrilha fortemente armada após interceptar o transporte de valores e render os vigilantes. Houve intenso tiroteio por parte dos bandidos. Uma caminhonete S10 foi incendiada sobre a ponte do rio Papuã, com o objetivo de evitar qualquer aproximação.

Conforme a imprensa local, o carro-forte transportava em torno de R$ 2,8 milhões, mas parte do dinheiro foi consumido pelo fogo após a explosão. Em torno de dez bandidos podem ter participado do ataque. Um Fiat Strada e um Chevrolet Cruze foram utilizados pela quadrilha, sendo que o segundo veículo foi abandonado depois. No banco traseiro havia sido instalado uma placa metálica como proteção em caso de uma eventual perseguição policial. Na manhã dessa quarta, as forças de segurança prosseguiam com um cerco em toda a região.

O titular da Delegacia de Roubos do Deic, delegado Joel Wagner, mantém contatos com os colegas. “A troca de informações é constante e permanente”, destacou. “É possível que exista uma ligação em ataques a carros-fortes nos três estados”, afirmou, recordando as ligações histórias entre quadrilheiros gaúchos, catarinenses e paranaenses.

Um dos objetivos é apurar se a quadrilha que assaltou o carro-forte na terça-feira em SC 355 pode ser ter algum vínculo com o ataque neste a dois transportes de valores no Rio Grande do Sul, sendo um no mês de março na BR 116, em Vacaria, e o outro em maio na BR 116, em Caxias do Sul. Em ambos os ataques foi constatado o uso de armamento ponto 50.

O delegado Joel Wagner recordou a coincidência de que recentemente ocorreram duas prisões importantes de criminosos especializados em ataques a bancos e carros-fortes que atuam no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Na segunda-feira passada, o foragido Carlos Eduardo Fernandes Moreira, 40 anos, foi capturado em Itapema (SC) em uma operação conjunta de policiais civis catarinenses e paranaenses. Ele chegava em um apartamento com uma Mercedes-Benz.

O criminoso paranaense é investigado pelo ataque com explosivos ao Banco do Brasil de Fraiburgo (SC). Ele é manco devido à prótese metálica colocada no lugar de uma das pernas que perdeu após ser baleado em confronto com agentes do Deic na madrugada de 13 de abril de 2006, em um posto de combustíveis na BR 386, em Paverama (RS), quando agia em parceria com o assaltante gaúcho de carro-forte José Carlos dos Santos, vulgo Seco. Ambos haviam roubado mais de R$ 3 milhões no ataque à sede da Proforte em Santa Cruz do Sul. Houve confronto, sendo que um policial militar foi morto e outro ficou ferido.

A captura de Carlos Eduardo Fernandes Moreira foi possível a partir das informações obtidas com a prisão do foragido Guilherme Costa Ambrózio, 34 anos, no dia 18 de agosto. Ele havia se acidentado com uma BMW em São José dos Pinhais (PR), sendo encontrados mais de R$ 225 mil em dinheiro no veículo. Depois, em um apartamento, foram aprendidas uma pistola e mais de 100 cartuchos de munição. Foragido da Justiça do RS, o criminoso gaúcho era investigado pelo envolvimento no ataque a um carro-forte em julho deste ano na BR 277, em Morretes (PR). O delegado Joel Wagner disse que Guilherme Costa Ambrózio é suspeito de participação nos ataques a carro-fortes de Vacaria e Caxias do Sul.