Ataque a tiros mata duas mulheres em Porto Alegre; BM prende cinco suspeitos

Ataque a tiros mata duas mulheres em Porto Alegre; BM prende cinco suspeitos

Presos por atentando no bairro Mário Quintana integram facção com base no Loteamento Timbaúva

Marcel Horowitz

Cinco homens foram presos após atentado a tiros no bairro Mário Quintana

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Um ataque a tiros vitimou duas mulheres, nesta sexta-feira, na Estrada Martins Félix Berta, no bairro Mário Quintana, na zona Norte de Porto Alegre. Após o atentado, os autores dos tiros fugiram em um Chevrolet Prisma de cor preta, mas acabaram sendo localizados pela Brigada Militar. Cinco suspeitos foram presos.

As vítimas foram alvejadas próximo às 10h10min. De acordo com testemunhas, os atiradores desceram do veículo e balearam Priscila Lisiane Feltes, de 43 anos, que estava na rua. Ela não tinha antecedentes criminais.

Antes de fugirem, os criminosos ainda entraram dentro de uma residência e dispararam contra Ana Paula Castro, de 48 anos. A ficha criminal dela tem registros por incêndio e tráfico de entorpecentes. Porções de drogas foram localizadas dentro do imóvel.

Os moradores da região então acionaram uma guarnição do 20º BPM, que deu início às buscas. Em cerca de meia hora, o automóvel guiado pelos suspeitos foi localizado e houve perseguição. O veículo deles acabou sendo alcançado na rua Lêdo Guimarães Mariante, no bairro Jardim Dona Leopoldina, onde houve a abordagem.

Foram apreendidas quatro pistolas calibre nove milímetros, de uso restrito, além de 44 munições, quatro coletes Coletes à prova de balas, quatro toucas ninja. Também foram localizados sete carregadores, sendo dois prolongados com capacidade para 30 munições.

Além disso, o veículo utilizado no crime também foi apreendido. O automóvel havia sido roubado no bairro Santa Rosa de Lima, no dia 14 de janeiro.

Os cinco presos tem 18, 22, 23, 28 e 29 anos. Eles acumulam passagens por homicídio, tráfico de drogas, roubo, furto, receptação, ameaça e porte ilegal de arma de fogo. O grupo pertence a uma facção com base no Loteamento Timbaúva.

A suspeita é que o atentado tenha sido uma tentativa de tomar o ponto de drogas de um grupo rival. O tráfico na localidade onde ocorreu o atentado é controlado por uma organização criminosa com origem no bairro Bom Jesus, na zona Leste, mas que também criou ramificações na zona Norte.

De acordo com as forças policiais, o bairro Mário Quintana passa por uma guerra entre facções desde o final de setembro. Até então, o tráfico de drogas na localidade era comandado majoritariamente pela facção com berço na zona Leste. Dissentes teriam se aliado aos traficantes do Loteamento Timbaúva, em uma tentativa de eliminar o grupo dominante.

O pivô do conflito é Maicon Donizete Pires dos Santos, o Red. Ele atuava como gerente do tráfico, subordinado a José Dalvani Nunes Rodrigues, o Minhoca.

Minhoca foi preso em 2016 e transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, no ano seguinte. A ausência do líder fez com que Red expandisse sua influência, a ponto de sair do grupo e formar a própria quadrilha, intitulada Comando Nova Geração.

A nova facção se aliou ao grupo do Loteamento Timbaúva e à Família do Sul, que une traficantes das zonas Sul e Norte. Desde então, os criminosos travam disputas para controlar os pontos de tráfico no bairro Mário Quintana.

Atualmente, Red é considerado o foragido mais procurado de Porto Alegre. Segundo a Polícia Civil, a facção comandada por ele arrecada R$ 1 milhão por semana com a venda de drogas. A corporação suspeita que o criminoso possa estar escondido em outros estados ou no Paraguai.

Em dezembro, a família de Red foi alvo da Operação Alerta Vermelho. A ação mirou empresas que eram usadas para dar aparência legítima ao lucro do tráfico. Na ocasião, ocorreram 79 sequestros de veículos. Os investigados lavaram cerca de R$ 50 milhões em um ano.


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