Ataques a bancos do RS diminuíram durante a Copa

Ataques a bancos do RS diminuíram durante a Copa

Polícia Civil discorda da análise do SindBancários e destaca desarticulação de quadrilhas

Hygino Vasconcellos

Polícia Civil discorda da análise do SindBancários e destaca desarticulação de quadrilhas

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O mês de julho fechou com nove ataques a bancos e caixas eletrônicos no Rio Grande do Sul. Apesar de alto, o número ficou abaixo do registrado no mesmo período em 2013, de acordo com levantamento do Sindicato dos Bancários (SindBancários). Em julho do ano passado foram registrados 19 casos – 15 no Interior e quatro na Capital. O levantamento também leva em consideração tentativas, sequestros, furtos e arrombamentos de agências bancárias.

A ação mais recente ocorreu na quinta-feira passada, quando oito homens armados invadiram a agência do Banrisul em Amaral Ferrador, no Sul no Estado. No mesmo dia, um caixa eletrônico da Caixa Econômica Federal foi arrombado em Rio Grande, durante a madrugada.

O diretor jurídico do SindBancários, Lúcio Mauro Paz, relaciona a queda nas estatísticas à Copa do Mundo, que teria desviado a atenção dos criminosos. A tese ganha força ao analisar os dados do mês de junho, quando ocorreram apenas três ataques a bancos. Em junho de 2013, foram 14 casos.

A polícia discorda da análise, contudo. O titular da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Joel Wagner, reconhece a queda nos ataques a bancos de um ano para outro, mas não relaciona ao Mundial. “O crime é algo dinâmico e o crime patrimonial é muito mais. Não há como comparar de ano a ano, de mês a mês. É uma questão complicada”, assinala. Ele observa que esse tipo de crime ocorre com mais intensidade com a proximidade do final do ano e ressalva que o levantamento do SindBancários é insuflado, colocando crimes que não têm relação direta com roubos a bancos.

Wagner acredita que a redução é um reflexo do trabalho intenso da Polícia ao longo dos últimos anos e, em especial, no ano passado, em desarticular e prender quadrilhas. A força-tarefa enfraqueceu os grupos existentes e trouxe novatos “sem experiência” para o cenário. Para o delegado, um dos reflexos desse movimento é que, na maioria das ocorrências do mês passado, os criminosos fugiram sem nada roubar. “Não colocaram a mão no dinheiro”, comemora. Dos nove registros, mais da metade foram tentativas.

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