Aulas são suspensas no Instituto de Educação após arrombamento

As aulas foram suspensas no Instituto de Educação General Flores da Cunha depois que o local foi arrombado pela segunda vez consecutiva na madrugada desta quarta-feira, em Porto Alegre. Segundo as informações da Brigada Militar (BM), os suspeitos ingressaram no local pelo banheiro e seguiram até a Tesouraria. Na terça-feira, foi constatado que ao menos um notebook foi levado. Já no caso do arrombamento desta manhã, instrumentos musicais e um projetor foram separados para serem roubados, mas o disparo do alarme inibiu a ação criminosa.

De acordo com a diretora do Instituto de Educação, professora Leda Larratea, a escola possuía segurança privada 24h por dia, paga pelo Estado, até o final do primeiro semestre deste ano. No entanto, alegando que seria implementado um sistema de monitoramento na instituição, o contrato com a empresa foi rescindido. A sensação dos professores e dos alunos, segundo a diretora, é de preocupação.

“A escola não tem segurança nenhuma, não tem segurança privada que tinha até dois meses atrás – que era paga pelo governo e foi retirada por falta de pagamento, segundo as informações – para vir um novo sistema de monitoramento que também não veio. E a escola fica no meio do nada, aqui na Redenção. Faz parte de um perímetro de periculosidade sem nenhuma atenção. Eu acho que em caráter emergencial, deveriam colocar alguém da Brigada, uma segurança privada 24 horas aqui, porque se todas as noites vierem fazer uma visita, ficar todos os dias seguidos sem aula é complicado. A insegurança de ‘Vamos trabalhar?’, ‘Vai ter aula amanhã?’ já foi gerada, porque agora nós estamos apavorados”, expôs a diretora.

A invasão da escola, que fica situado na avenida Osvaldo Aranha, só foi constatada com a chegada de funcionários nesta manhã, que acionaram a BM. A diretora explicou que o crime deve ter ocorrido quando já estava dia, tendo em vista que o alarme tocou próximo das 7h20min de hoje quando a primeira funcionária estava chegando no colégio.

Na madrugada dessa terça-feira, o Instituto de Educação já havia sido arrombado. Durante o crime, os suspeitos entraram na sala da Direção, reviraram laboratórios e roubaram um notebook. Não há informações, no entanto, sobre a relação entre os dois episódios.

A diretora Leda Larratea também explicou que todas as escolas recebem o repasse mensal da Autonomia Financeira para administrar as despesas da escola. No entanto, mesmo com o valor baixo de aproximadamente R$ 10 mil (para três prédios e 1,8 mil alunos), os repasses estão atrasados.

“Todas as escolas recebem o repasse da Autonomia Financeira para administrar as despesas da escola. E a maioria das escolas não está recebendo em dia. Nós recebemos o (valor do mês de) agosto na última semana agora. O valor aqui para a escola é R$ 7 mil de manutenção e R$ 3 mil para (despesas) permanentes”, explicou a diretora.

Para amanhã, está previsto que a aulas sejam retomadas no local. A reportagem já solicitou uma entrevista com o secretário estadual de Educação, Vieira da Cunha, para explicar a situação da falta de segurança na instituição.