Ausência de testemunha adia julgamento dos acusados pela morte de Mirella, em Alvorada

Ausência de testemunha adia julgamento dos acusados pela morte de Mirella, em Alvorada

A mãe, o padrasto da menina e um conselheiro tutelar são réus no processo

Kyane Sutelo

Testemunhas foram ouvidas em audiência no Foro de Alvorada.

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O desfecho judicial do caso Mirella ainda não tem data para ser conhecido. A ausência da última testemunha que seria ouvida antes dos réus, adiou o fim das audiências de instrução do processo que apura o caso da menina de 3 anos que chegou morta em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Alvorada, em dezembro de 2022. São acusados por tortura com resultado morte a mãe de Mirella Dias Franco, Lilian Dias da Silva, e o padrasto Anderson Borba Carvalho Júnior. O outro réu é o conselheiro tutelar Leandro Brandão, acusado pelo Ministério Público de omissão na apuração dos crimes contra a criança.

As audiências começaram na segunda-feira e mais de 30 pessoas já foram ouvidas, entre elas familiares e amigos da família, conselheiros tutelares, policiais e profissionais da UBS Jardim Aparecida, onde Mirella foi atendida algumas vezes, inclusive na véspera de sua morte. O conselheiro tutelar, que responde em liberdade, acompanhou as oitivas nesta quinta-feira, junto de seus advogados Naira Pereira Jimenez e Leonardo Macedo de Araújo. O padrasto e a mãe de Mirella, que estão presos, foram levados até o Foro, mas não acompanharam os trabalhos. O advogado de Lilian, Jefferson William de Freitas Machado, esteve presencialmente. A defesa de Anderson, advogados Arima da Cunha Pires, Katiuscia Machado da Silva e Jader Santos, participou on-line.

O clima ficou tenso durante a audiência, pois a defesa de Brandão e a acusação discordaram sobre a necessidade de insistir na oitiva da médica que atendeu a menina no dia anterior à morte e de um conhecido da família. Ambos não compareceram. O juiz de Direito Alexandre Del Gaudio Fonseca indeferiu o pedido para que tentassem contatar a profissional de saúde. Já o homem que teria convivido com a menina e seria o último a ser ouvido antes dos acusados, deve depor na tarde de 5 de maio, quando os trabalhos terão continuidade. Também estão previstos os interrogatórios dos réus. 

Conforme a promotora de Justiça Rita Soeiro, depois que os acusados forem ouvidos, o julgamento segue sem o período de debate oral, em que defesa e acusação se pronunciam, apresentando argumentos em favor de absolvição ou condenação. Nesse caso, o debate será substituído por entrega de memoriais escritos, com prazo de 10 dias, iniciando pelo Ministério Público. Na sequência, o processo será concluído para julgamento, com o anúncio da sentença, em um prazo de até 30 dias.


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