"Bandido travestido de policial", diz Beltrame sobre furto de armas em quartel

"Bandido travestido de policial", diz Beltrame sobre furto de armas em quartel

Caso ocorreu Centro de Manutenção de Materiais da PM do Rio de Janeiro

AE

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Após mais uma crise na Polícia Militar do Rio de Janeiro, com o furto de 29 armas dentro do Centro de Manutenção de Materiais (CMM), que fica nas dependências do quartel do Batalhão de Choque (BPChoque), o secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, garantiu a permanência do coronel José Luis Castro Menezes no comando da corporação. Beltrame classificou o caso como "gravíssimo", cometido por um "bandido travestido de policial", e afirmou que "fatalmente" as armas vão parar nas mãos de criminosos.

"É um fato muito grave, gravíssimo. Enquanto nós tínhamos 350 policiais atuando numa área que talvez seja a mais conflagrada hoje do Rio de Janeiro, combatendo efetivamente o crime, uma pessoa travestida de policial furta de sua própria casa essas armas", disse Beltrame, em referência à operação conjunta das Polícias Civil e Militar (com participação de PMs do BPChoque) realizada nessa quarta-feira em comunidades da zona norte do Rio, em especial no Morro do Chapadão, palco de confrontos constantes entre PMs e criminosos.

"Por isso que, se foi um policial, foi um bandido travestido de policial, porque essas armas fatalmente vão ser usadas contra colegas, pessoas que estão operando a segurança pública como deve ser operada." Beltrame participou, ao lado do comandante da PM, de solenidade de formatura de 484 novos PMs. Ele garantiu a permanência do coronel no cargo. "A primeira coisa que temos de fazer é buscar a verdade dos fatos. De posse da verdade, providências serão tomadas. O que não podemos é agir em cima de ilações, de achismo, de antecipação e de juízo de valor. Isso eu não faço", declarou o secretário.

"Na medida em que tivermos a verdade dos fatos e isso for homologado pelo judiciário, aí, sim, nós temos tranquilidade e senso de justiça para tomar as medidas que devem ser tomadas." Segundo o corregedor da PM, coronel Sidney Camargo, não são apenas três os PMs presos administrativamente, conforme havia sido informado na quarta-feira pela corporação, mas nove: os três do plantão da madrugada e manhã do CMM e outros seis da guarda do BPChoque, estes por "transgressão da disciplina", já que o furto ocorreu durante seu período de trabalho.

"Ainda não identificamos o responsável, mas já temos uma linha de investigação que por ora não vamos divulgar. Estamos também averiguando para saber se foi um policial ou não", afirmou o coronel Camargo.

Segundo o corregedor, apesar de haver sistema de monitoramento interno no quartel, não havia nenhuma câmera voltada exclusivamente para a sala onde estavam as armas (ele também atualizou a contabilidade do material furtado: 29, e não mais as 28 divulgadas anteriormente).

O coronel acredita que o furto tenha ocorrido na madrugada de terça-feira para quarta, pois na última contagem, à 1h15, elas estavam lá. Por volta das 6h, um PM percebeu que a porta da sala de reserva estava aberta, com um cadeado arrombado. Ele e outros dois militares do CMM, que estavam de plantão na madrugada, estão presos administrativamente e prestando depoimento por suspeita de participação no crime. O corregedor não estabeleceu prazo para o fim da investigação.

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