Bares do Centro de Porto Alegre fecharão mais cedo

Bares do Centro de Porto Alegre fecharão mais cedo

Objetivo é reduzir índice de criminalidade na região durante a madrugada

Cláudio Izaías / Correio do Povo

Audiência pública acenou com fechamento mais cedo dos bares no Centro

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Com a intenção de reduzir a criminalidade e a violência no Centro de Porto Alegre provocados pelos frequentadores das casas noturnas e dos bares, a Brigada Militar (BM) apresentou nesta quinta-feira a proposta de fechamento mais cedo desses estabelecimentos na área central da Capital. O major André Luis Córdova, comandante interino do 9ºBPM, defendeu o fechamento a partir das 3h30min com tolerância até 4h.

A proposta de Córdova foi apresentada durante audiência pública realizada pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) para discutir o funcionamento dos estabelecimentos no Centro Histórico. “Estudos feitos pela Brigada mostraram que depois das 4h estava uma situação muito difícil a partir dos delitos que aconteciam no entorno das casas noturnas localizadas na Riachuelo e na Marechal Floriano”, destacou.

Segundo o oficial, a BM nunca foi favorável ao fechamento dos estabelecimentos, mas sim a regulamentação dos horários. Conforme Córdova, dos 12 homicídios ou tentativas que ocorreram nos últimos dois anos na área central - dez ocorreram no horário das 4h. “A medida vai reduzir a violência na região”, explicou.

Por considerar a iniciativa adequada, o titular da Smic, Humberto Goulart, colocou a proposta em votação sendo aprovada pelos participantes formados por moradores e empresários do Centro. Segundo ele, os problemas violência na área central ocorrem entre 4h30min e 8h. A proposta apresentada pela BM será discutida pelos técnicos da Smic e deverá vigorar a partir da próxima semana. “Existe sim problemas de violência no Centro e as casas noturnas terão ainda que realizar a cobrança de ingresso, a colocação de detectores de metal e a colocação de seguranças privados para ajudar a polícia militar”, esclareceu.

Para Bolivar Schneider, representante dos empresários do Centro, as casas noturnas de Porto Alegre não tem limitação de horário. “A proposta é ilegal e vai prejudicar os estabelecimentos no Centro. Essa proposta precisa ser discutida”, acrescentou.

O presidente da Associação Comunitária do Centro Histórico, Paulo Guarnieri, afirmou que os moradores do Centro não estão culpando as casas noturnas pelas mortes, pela violência, pelo tráfico de drogas ou pelo aliciamento de menores para prostituição que ocorrem no entorno dos bares. “A comunidade não aguenta mais. O grande problema é a concentração de empreendimentos em um espaço pequeno como é o caso da rua Marechal Floriano onde em uma área de 60 metros existem três casas noturnas que criam um grande impacto de vizinhança e onde acontecem as piores coisas e que os moradores do Centro são obrigados a conviver”, lamentou.

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