BM indicia cinco policiais pela morte de lutador após confusão em festa em Porto Alegre

BM indicia cinco policiais pela morte de lutador após confusão em festa em Porto Alegre

Nenhum dos envolvidos na morte de José Mauro de Chaves Chaulet teve pedido de prisão até o momento

Kyane Sutelo

O chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Luciano Moritz Bueno, concedeu coletiva de imprensa sobre a finalização do inquérito.

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A Brigada Militar indiciou cinco policiais da corporação por crime militar, pela morte do lutador José Mauro de Chaves Chaulet, em 7 de maio, na saída de uma festa no bairro São Geraldo. No entanto, não há pedido de prisão para nenhum deles, conforme o chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Luciano Moritz Bueno.

Câmeras de segurança registraram um militar de folga se unindo a colegas para plantar uma arma próximo ao lutador. “Esse militar, em comunhão de esforços com o policial que recebeu a arma de fogo das mãos do Mauro e com 2 policiais militares responsáveis pelos disparos, colocaram a arma de fogo no local do crime”, detalhou o coronel.

Um dos policiais que atirou contra o carro da vítima responde por homicídio com dolo eventual, que é quando, mesmo sem intenção, se assume o risco de matar. O outro foi indiciado por tentativa de homicídio com dolo eventual. Ambos estão afastados. 

Dos outros 3 indiciados, um foi por fraude processual, outro por fraude processual e prevaricação, e o último por falsidade ideológica. Para dois soldados que ainda não possuem estabilidade na BM, serão instaurados processos demissionais. Para os demais, serão instaurados conselhos de disciplina. Os resultados devem sair em até 60 dias.

Todos os policiais militares responderão por transgressão de disciplina, de natureza grave. “Nós temos em média 5 milhões de abordagens por ano. Ou seja, é um número bastante acentuado e, por vezes, porque nós estamos lidando com o fator humano,  em algum momento, isso pode acontecer”, disse o coronel.

Linha do tempo

O inquérito da Brigada Militar foi finalizado em 26 dias, a partir da análise de 12 horas de imagens, solicitação de 5 perícias ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) e depoimentos de 26 testemunhas, entre policiais, civis e a companheira de Mauro, Raquel Almeida, que estava no local.

Conforme a linha do tempo apresentada pela Brigada Militar, Chaulet se envolveu em uma briga dentro de um estabelecimento e desarmou e atingiu na virilha um policial, que estava de folga e também envolvido na briga. 

Após, Mauro e Raquel teriam ido para o carro, sendo abordados por um outro policial, amigo do que levou o disparo, pedindo que ele entregasse a arma. Depois da entrega da arma, uma viatura do 9º BPM chegou ao local.

Mauro não teria obedecido a ordem de abordagem dos policiais, acelerando o carro. Foi quando, segundo o chefe do CPC, o lutador teve o veículo alvejado pelos 2 policiais. Mauro e Raquel foram atingidos, saíram do carro, e deitaram ao solo. Neste momento, que a arma foi plantada, conforme o inquérito.


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