BM vai seguir na Vila Cruzeiro até situação ficar tranquila, garante comando

A Brigada Militar (BM) seguirá com patrulhamento reforçado na vila Pedreira, na zona Sul de Porto Alegre, até a situação ficar totalmente tranquila na região da Vila Cruzeiro após a manhã conturbada nesta terça-feira. A garantia foi dada pelo comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o tenente-coronel Kleber Rodrigues Goulart. Ele avaliou ainda como difícil resolver a dicotomia entre o pedido dos moradores por mais segurança quando sentem-se ameaçados e a rejeição dos mesmos pela presença de policiamento em um outro momento.

O tenente-coronel Kleber Rodrigues Goulart espera que a população repasse, mesmo no anonimato, os nomes dos traficantes responsáveis pelo conflito e que costumam muitas vezes constrangerem e pressionarem a própria comunidade. Por causa da tentativa de incêndio no ônibus da linha T3, o transporte coletivo teve de ser desviado na região. As linhas de ônibus 263 Orfanotrofio e 282 Cruzeiro seguem sem circular.

Na manhã desta terça-feira, a Brigada Militar interveio rapidamente e ocupou a vila Pedreira, na Grande Cruzeiro para acalmar os ânimos após a tentativa de incêndio em um ônibus como protesto por uma dupla execução ocorrida na área. Cerca de 60 policiais militares do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e do 1º Batalhão de Operações Especiais (1º BOE) foram mobilizados. O Batalhão de Aviação da BM enviou um helicóptero em apoio. Houve a prisão de um jovem, de 18 anos, e de um adolescente, de 17 anos, por roubarem o dinheiro de um ônibus da linha T3, da Carris, na rua Butuí, e tentarem atear fogo com álcool no coletivo após ordenarem a descida dos passageiros, motorista e cobrador.

O duplo assassinato aconteceu ao amanhecer em um beco da rua Ursa Maior. As vítimas foram um menino de 14 anos, e um jovem, de 26 anos. O rapaz tem antecedentes criminais e havia ganhado a liberdade provisória no final de setembro deste ano. Para a BM, ele seria o alvo dos matadores. Um suposto Fiat Siena, de cor vermelha, foi visto na área. Os ocupantes do veículo estavam de camisetas pretas e teriam simulado que eram policiais civis para invadir a casa onde estavam as vítimas e outros familiares. O menino morreu por estar junto com o jovem, sendo talvez até confundido. Há suspeita de que os autores do crime sejam oriundos da vila Cantão, situada na rua Otávio de Souza, que está na disputa pelo tráfico de drogas na região. A dupla execução será agora investigada pela Polícia Civil.