Caçadores de javalis são alvo de operação da Polícia Civil e Secretaria Estadual do Meio Ambiente

Caçadores de javalis são alvo de operação da Polícia Civil e Secretaria Estadual do Meio Ambiente

Ofensiva em São Francisco de Assis e Santiago resultou na apreensão de dez armas e na prisão de um homem

Marcel Horowitz

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Polícia Civil e Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) deflagraram, nesta quarta feira, uma ação contra um grupo de caçadores de javalis, na região Central. Foram cumpridos 12 mandados de apreensão, nos municípios de São Francisco de Assis e Santiago, resultando na apreensão de dez armas de fogo e na prisão de um homem, por posse ilegal de munições. 

Conforme as investigações, que tiveram início há 2 meses, os caçadores cometiam crime de maus-tratos contra cães que auxiliavam na caçada e também aos javalis que, antes de serem abatidos, eram arrastados, mutilados e feridos progressivamente. Em relação aos animais domésticos, foi constatado que estes eram constantemente feridos e perdidos durante as caçadas.

De acordo com o Manual de Boas Práticas Para o Controle de Javali, do IBAMA, os cães devem estar devidamente identificados - com os dados do proprietário, coleira com GPS, entre outros - e não podem ser expostos a riscos ou abandonados durante as caçadas. O documento também veda a prática de quaisquer maus-tratos aos animais (tanto aos cães quanto aos javalis).

A delegada Samieh Saleh, titular da DP de Proteção ao Meio Ambiente, salienta que embora seja permitido o abate de javalis, o procedimento deve ser feito em caráter de controle de praga. No caso investigado, segundo ela, a maioria dos suspeitos não possui autorização para caçar javalis e, os que tinham permissão, ostentavam autorizações vencidas ou em desacordo com a prática realizada nas caçadas. "A caça, quando realizada de forma irregular, gera maus tratos aos animais e pode difundir doenças, tendo em vista que não há controle da carne destes animais, que são consumidas pelos caçadores ou comercializadas por eles", destacou.

Ainda segundo a delegada, que coordenou a investigação, foi constatado que os investigados que possuem autorização para porte e posse de armas de fogo, também emprestavam o armamento aos que não tem a autorização. Os suspeitos vão responder por porte ilegal de arma de fogo e munições, maus-tratos a animais e crueldade contra animais silvestres. 


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