Cancelado júri de acusados de matar casal e jogar corpos em penhasco em Caxias do Sul

Cancelado júri de acusados de matar casal e jogar corpos em penhasco em Caxias do Sul

Rudinei Obregon dos Santos, Felipe Alves da Silva, Ricardo dos Santos Machado e Tiago Alexandre dos Santos Cassemiro serão mantidos presos até novo julgamento

Marcel Horowitz

publicidade

Os quatro acusados pelo homicídio do casal Vanessa Silvestre Lisot, de 37 anos, e Adriano Camargo Leopold, de 28, tiveram o júri popular cancelado, nesta sexta-feira, no foro da Comarca de Caxias do Sul. Devido a ausência de um laudo de comparação genética nos autos do processo, a sessão plenária foi cancelada para evitar a nulidade do julgamento.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP), responsável por fornecer esse tipo de prova, tem o prazo de 30 dias para apresentar o laudo. Após, a data do júri popular será remarcado. Os réus Rudinei Obregon dos Santos, Felipe Alves da Silva, Ricardo dos Santos Machado e Tiago Alexandre dos Santos Cassemiro serão mantidos presos preventivamente até o novo julgamento. 

Os quatro serão julgados por homicídio triplamente qualificado. A primeira circunstância qualificadora é por motivo torpe, pois os crimes teriam sido cometidos em razão de a vítima estar cobrando uma dívida de um dos acusados, o ex-namorado Rudinei Obregon dos Santos. Também incidem as qualificadoras de promessa de recompensa e do recurso que dificultou a defesa dos ofendidos.

Além das acusações de homicídios qualificados, os quatro acusados enfrentarão a imputação de ocultação de cadáver; enquanto um deles responderá, também, por porte de arma de fogo. Para cada homicídio, as penas podem variar entre 12 e 30 anos. 

Relembre o caso

O assassinato do casal ocorreu quando os criminosos invadiram a residência de Vanessa e Adriano, renderam o casal e trancaram o filho dela em um quarto. Na entrada da casa, Adriano foi executado. Os criminosos utilizaram o carro de Vanessa, um Ônix vermelho, para levar ela e o corpo de Adriano. Segundo a acusação, Vanessa foi morta com um tiro na cabeça e jogada de uma ribanceira de 60 metros de altura, a cerca de 10 quilômetros da casa onde morava com o filho. O corpo de Adriano foi arremessado no mesmo local.

Em 9 de abril, quatro dias após o crime, com o auxílio da Brigada Militar e da Polícia Civil, o carro de Vanessa foi encontrado carbonizado na estrada de Caravaggio da 6ª Légua. Com a ajuda de Rudinei Obregon dos Santos, ex-namorado da vítima, que à época confessou o crime, a equipe formada por policiais e moradores da região encontrou os corpos, no dia 11. A dificuldade para o resgate dos corpos foi tão elevada que um policial chegou a ficar ferido na operação.

A motivação dos homicídios seria uma dívida que o mandante, Rudinei, tinha com a ex. Enquanto namorados, ela teria emprestado R$100 mil a ele. Rudinei, por sua vez, alega que teria recebido o dinheiro em doação e, na época do crime, vinha sendo cobrado por Adriano.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895