Casal de paranaense é preso pela Polícia Civil ao aplicar golpe do comércio eletrônico

Casal de paranaense é preso pela Polícia Civil ao aplicar golpe do comércio eletrônico

Estimativa é de mais de mil vítimas e movimentação de R$ 1 milhão com a fraude

Correio do Povo

Um Mustang e um Sportage, com placas paraguaias, foram apreendidos

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A Polícia Civil deflagrou na manhã desta sexta-feira a operação Camaleão que investiga uma falsa central de comércio eletrônico montada para realizar fraudes a consumidores em todo o país. A ação foi conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas, sob comando do delegado Thiago Lacerda, com apoio da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), chefiada pelo delegado Mario Souza. A estimativa é de que o golpe do e-commerce tenha atingido mais de mil vítimas. Já a movimentação financeira em lavagem de dinheiro, com inúmeras contas bancárias abertas, pode ficar em torno de R$ 1 milhão oriundo das fraudes.

Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em Xangri-lá, no Litoral Norte, os agentes “estouraram” a sede do e-commerce que foi montada em uma mansão para realizar fraudes a consumidores em vários estados. Um veículo Mustang e uma Kia Sportage, ambos com placas do Paraguai, foram apreendidos no local, além de computadores, cartões de contas bancárias, máquinas e documentos referentes aos golpes. Um casal de paranaenses, sendo ele um falso médico, foi preso na residência e será indiciado por estelionato, tráfico de drogas e documento falso.

O falso médico, suspeito inclusive de prestar atendimento a pacientes, seria responsável pelo controle do esquema. Para assumir o papel de profissional da saúde, o investigado teria se inspirado no filme “Prenda-me se for capaz”, do diretor Steven Spielberg, com o ator Leonardo DiCaprio no elenco, lançado em 2002.

As investigações tiveram apoio das autoridades paraguaias pois os estelionatários também fizeram vítimas no período em que permaneceram naquele país. Eles confeccionaram até documentos paraguaios, suspeitos de serem falsificados, com o objetivo de trazer veículos daquele país para o território brasileiro.

Os agentes da Draco de Canoas apuraram que, durante a pandemia do novo coronavírus, o casal de golpistas montou a plataforma de vendas onde supostamente vendiam as mercadorias, sobretudo tapetes e mobiliário, para todo o país, mas não efetuavam as entregas. Nem existia estoque de produtos. A dupla aproveitou-se do aumento das compras onlçine devido ao distanciamento social. 

Paralelamente, o casal também locava imóveis mobiliados e fazia uma "limpa", furtando todos os móveis das residências alugadas. Em um dos casos, o prejuízo dos proprietários foi de R$ 60 mil. Os policiais civis flagraram ainda o tráfico de entorpecentes devido a grande quantidade de anabolizantes encontrados.

O delegado Thiago Lacerda avaliou que “foi uma complexa investigação e que o esquema em várias partes do Brasil, partindo do Rio Grande do Sul, foi desarticulado.” Ele garantiu que as investigações terão prosseguimento. Já o delegado Mario Souza considerou que a operação Camaleão foi exitosa. “O objetivo agora é buscar identificar e na medida do possível reaver os prejuízos das vítimas”, adiantou.


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