Caso Bernardo: Leandro Boldrini vai em consulta e renova CNH após retornar a presídio em Santa Maria

Caso Bernardo: Leandro Boldrini vai em consulta e renova CNH após retornar a presídio em Santa Maria

Condenado pela morte do filho de 11 anos, Leandro Boldrini retornou para unidade prisional na última terça-feira

Marcel Horowitz

publicidade

A administração do Presídio Regional de Santa Maria confirmou que Leandro Boldrini, condenado a 31 anos e oito meses de prisão pela morte do filho Bernardo, de 11, passou a cumprir pena na unidade. Antes disso, ele estava há quase cinco meses fora do sistema penitenciário, utilizando uma tornozeleira eletrônica. O retorno dele ao estabelecimento ocorreu na última terça-feira, após a decisão da 3ª Câmara Criminal que determinou o recolhimento dele e a retirada do equipamento.

No entanto, desde que foi novamente encarcerado, ainda segundo a gestão do presídio, Leandro já saiu em pelo menos duas oportunidades, ambas autorizadas pela Justiça. Em uma das vezes, ele foi a um consultório médico. Já na outra saída, aproveitou para renovar sua CNH.

A volta de Leandro ao presídio acolhe um pedido do Ministério Público (MPRS). Antes disso, no dia 14 de julho, Leandro obteve progressão ao semiaberto, com uso de tornozeleira. A medida foi adotada por conta da falta de vagas em presídios da região Metropolitana. Outra solicitação do MP, essa pedindo que a ida de Leandro ao semiaberto fosse revogada, não foi acolhida pela Justiça.

Há quase dois meses Leandro mora no município da região Central, mesma cidade onde estão enterrados Bernardo Uglione Boldrini e a mãe dele, Odilaine Uglione. Desde então, o processo em que foi condenado passou à Vara de Execução Criminal Regional de Santa Maria, responsável por assegurar o cumprimento da pena.

Conforme os funcionários do Presídio Regional, apesar da progressão ao semiaberto, Leandro não tem permissão para sair da unidade. O benefício só será concedido quando ele possuir uma carta de trabalho assinada. No entanto, desde a última semana, a instituição confirmou que Boldrini recebeu ao menos duas autorizações da Justiça, sendo uma para consulta médica e a outra para renovar a CNH, em um Centro de Formação de Condutores (CFC) na área Central do município.

A reportagem tenta contato com Rodrigo Vares, advogado de Boldrini. O espaço segue aberto para manifestações. 

Relembre o caso

Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando desapareceu, em Três Passos, em março de 2014. Ele teve o corpo encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade vizinha de Frederico Westphalen.

No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança foram presos, suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime, com a ajuda da amiga dela, Edelvania Wirganovicz. Dias depois, a Polícia prendeu Evandro Wirganovicz, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino teve o corpo enterrado.

Em março deste ano, Leandro Boldrini foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.

Preso desde 2014, ele atingiu o requisito de tempo previsto para passar do regime fechado para o semiaberto. Ele cumpriu dois quintos da pena, por isso, alcançou o direito à progressão, já que trabalhou desde o início. Boldrini atuava na cozinha do presídio em que estava. Ele segue com o Certificado de Registro Médico (CRM) ativo, pois o pedido de cassação ainda não foi julgado. Em outras palavras, ele permanece autorizado a atuar como médico.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895