Caso Dóris: “Primeiro quem agrediu foi ela”, diz suspeito

Caso Dóris: “Primeiro quem agrediu foi ela”, diz suspeito

Luis Paulo da Silva Nunes, de 31 anos, tentou justificar o motivo de ter esfaqueado a vítima até a morte

Correio do Povo

Luis Paulo da Silva Nunes, de 31 anos, tentou justificar o motivo de ter esfaqueado a vítima até a morte

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Após ser preso e levado ao Palácio da Polícia, em Porto Alegre, o suspeito de matar a universitária Dóris Terra Silva, de 21 anos, afirmou que o crime foi cometido após ele ter sido agredido pela jovem. “Ela desceu do carro e não sei se achou que eu faria alguma coisa com ela, mas deu um tapa em mim. Primeiro quem reagiu foi ela”, tentou justificar sobre o motivo de tê-la esfaqueado até a morte. Ele garantiu que agiu sozinho.

Luis Paulo da Silva Nunes, 31 anos, confessou o crime após ter sido capturado pela Polícia Civil na noite de quarta-feira em Canoas. Ele foi preso na frente de um motel, na rua Arthur Bernardes, no bairro Niterói, onde estava hospedado e escondido desde o crime em São Francisco de Paula. Dois cartões de crédito e a carteira de identidade da jovem esfaqueada e morta foram encontradas com o suspeito.

Três saques totalizando R$ 1,5 mil em dinheiro haviam sido efetuados com os cartões de crédito da jovem, filha do ex-prefeito de São Francisco de Paula. O veículo da vítima, um Toyota Corola, apareceu abandonado na rua Boa Saúde, no bairro Rio Branco, em Canoas, na mesma noite em que o corpo dela foi descoberto em um matagal perto da ERS 020, na saída de São Francisco de Paula.

A prisão ocorreu a partir do alerta repassado às delegacias das cidades da Região Metropolitana e sobretudo do recebimento de uma denúncia entre dezenas que chegaram à Polícia Civil. A informação indicava que o suspeito estaria no motel. Três agentes da 4ª DP de Canoas ficaram monitorando o entorno do estabelecimento desde a terça-feira passada. No final da noite de quarta-feira finalmente os policiais civis avistaram o indivíduo que não reagiu à abordagem. Durante a madrugada de quinta-feira, ele foi interrogado na companhia de um advogado, sendo gravado e filmado.

As roupas usadas no dia do crime foram apreendidas. Tratam-se de uma calça de brim, uma camisa listrada e um boné xadrez que aparecem inclusive nas imagens do suspeito, gravadas por uma câmera de monitoramento, quando cruzou pela Estação Niterói da Trensurb após abandonar o veículo.

Responsável pelo caso, a delegada Fernanda Seibel Aranha disse na manhã desta quinta-feira em uma coletiva de imprensa que o suposto tapa da vítima permanece sendo apenas a versão do suspeito. Lembrando que a jovem foi jogada no chão e esfaqueada, a titular da DP de São Francisco de Paula contou que a universitária foi atacada quando saía de um supermercado na cidade.

O suspeito ficou esperando por duas horas alguém para assaltar no estacionamento do estabelecimento, armado com uma facada. Ao vê-la, o indivíduo obrigou-a a entrar e dirigir o carro até o interior de uma trilha, distante cerca de 50 metros da ERS 020. “Ele mandou-a então sair do veículo e alegou que a vítima prontamente deu-lhe um tapa no pescoço”, afirmou.

A fuga para Canoas, passando antes por Sapiranga, deve-se ao fato de que o suspeito viveu na cidade. “Era o local onde se criou e sentia-se tranquilo”, acrescentou a delegada, que pretende agora pedir a prisão preventiva dele. Dóris Terra Silva, frisou, foi escolhida aleatoriamente pelo suspeito. “Ele estava bem decidido do que ia fazer”, ressaltou a titular da DP de São Francisco de Paula, referindo-se à intenção de roubar alguém. Além de latrocínio, outros possíveis indiciamentos estão sendo analisados dentro do inquérito.

Nas investigações, que tiveram apoio do Departamento de Polícia Metropolitana, o fato do Toyota Corolla ser abandonado em Canoas fez levantar a desconfiança de que o autor do crime estaria buscando esconderijo na região. Mesmo assim, diligências foram realizadas também em Viamão, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Gravataí e Porto Alegre, pelo paradeiro do suspeito. O diretor do DPM, delegado Marcelo Moreira, destacou a rapidez na identificação do suspeito e sua consequente prisão.


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