Caso Evandro: Justiça do Paraná revisa caso e anula condenação de acusados pelo crime

Caso Evandro: Justiça do Paraná revisa caso e anula condenação de acusados pelo crime

Áudios que levaram à revisão do caso foram divulgados pelo jornalista Ivan Mizanzuk e revelado no podcast "Caso Evandro"

Correio do Povo

Evandro Ramos Caetano desapareceu no trajeto entre a casa e a escola

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O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) anulou nesta quinta-feira, 9, as condenações dos acusados pelo desaparecimento e morte do menino Evandro Ramos Caetano, em 1992, em Guaratuba, no litoral do Paraná. Com a decisão, a Justiça reconheceu que os réus Beatriz Abagge, Davi dos Santos Soares, Osvaldo Marcineiro e Vicente de Paula Ferreira (falecido em 2011) foram torturados para confessar o crime. Não cabe recurso da decisão.

Os áudios que embasaram a revisão do caso foram encontrados pelo jornalista Ivan Mizanzuk e revelado no podcast "Caso Evandro". O pedido foi feito pela defesa dos réus: Davi dos Santos Soares e Osvaldo Marcineiro. Eles foram condenados a quase 20 anos de prisão, em 2004, pelo assassinato de Evandro Ramos Caetano, de 6 anos.

"Acabouuuuu! Vencemos", publicou nas redes sociais Beatriz Abagge. O jornalista responsável pela revelação dos áudios também comemorou a decisão: "FINALMENTE. Obrigado a todos que acompanharam meu trabalho! Sem vocês, essas pessoas nunca teriam esse reconhecimento!"

Entenda o caso

De acordo com as investigações, Evandro Ramos Caetano desapareceu no trajeto entre a casa e a escola. O menino nunca mais foi localizado. A acusação sustentava que Evandro teria sido sacrificado em um ritual.

O colegiado autorizou o uso dos áudios com indícios de que os réus foram torturados por policiais para confessarem ter matado o menino. Em março, o mesmo pedido de revisão criminal havia sido feito por Beatriz Cordeiro Abagge, mas foi negado pela 2ª Câmara Criminal do TJ.

Em 1992, sete pessoas são presas acusadas de envolvimento com a morte do menino: Beatriz Abagge, Celina Abagge, Davi dos Santos Soares, Osvaldo Marcineiro, Vicente de Paula, Francisco Sérgio Cristofolini e Airton Bardelli dos Santos. Vicente de Paula Ferreira morreu na prisão, em 2011, por conta de complicações de um câncer. Francisco Sérgio Cristofolini e Airton Bardelli dos Santos foram absolvidos em 2005.


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