Caso Gabriel: decisão do julgamento dos policiais militares está prevista para a noite desta quinta

Caso Gabriel: decisão do julgamento dos policiais militares está prevista para a noite desta quinta

Julgamento, em âmbito militar, é referente ao caso da morte de Gabriel Marques Cavalheiro, em São Gabriel, em agosto do ano passado

Kyane Sutelo

Julgamento começou pouco depois das 13h e deve se estender pela noite desta sexta-feira.

publicidade

Começou nesta quinta-feira o julgamento do chamado caso Gabriel, no Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul (TJMRS). Um sargento e dois soldados da Brigada Militar são réus por ocultação de cadáver e falsidade ideológica, em âmbito militar no caso da morte de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em São Gabriel, em agosto de 2022. 

Eles também são acusados por homicídio doloso triplamente qualificado, na Justiça comum, mas este julgamento ainda não tem data para ocorrer. O sargento Arleu Cardoso Jacobsen e os soldados Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso estão presos devido ao processo na Justiça comum, mesmo que, na Justiça Militar, a prisão tenha sido revogada.

Com o plenário quase cheio, pouco depois das 13h desta quinta, a acusação começou a fazer suas considerações. O promotor de Justiça do Ministério Público do Estado Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo argumentou que Gabriel estava bêbado e perdido, e deveria ter sido conduzido pelos policiais. “Ele disse que estava perdido”, enfatizou, enquanto lia trecho de depoimento de testemunhas. O promotor afirmou que os policiais acusados não representam a instituição Brigada Militar e que agrediram e causaram a morte de Gabriel. “A verdade é a seguinte: ele não caiu, ele morreu das bastonadas que o policial deu", disse Azevedo.

A defesa começou suas sustentações orais no final da tarde e terão até 4 horas para concluírem. Eles pretendem contestar os laudos e argumentar que as provas não batem com a atuação dos policiais na noite em que Gabriel desapareceu. Os soldados Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso são representados pelas advogadas Vânia Jussara Leitão Barreto e Shaianne Lourenço Linhares, enquanto a defesa do sargento Arleu Cardoso Jacobsen é composta pelos advogados Mauricio Adami Custódio e Ivandro Bitencourt Feijó.

Os réus serão julgados pelo Conselho Permanente da Justiça Militar, composto por uma   juíza de direito, que preside o Conselho, e três oficiais militares. A magistrada é a primeira a votar e, na sequência, votam os oficiais, do menor ao maior posto hierárquico. A expectativa é que a sentença seja proferida ainda nesta quinta-feira.

Relembre o caso

Gabriel Marques Cavalheiro, 18, foi visto pela última vez em 12 de agosto do ano passado, em São Gabriel. No dia 19 do mesmo mês, ele foi encontrado morto em um açude, na localidade de Lava Pés.

O jovem era morador de Guaíba e estava na cidade para prestar serviço militar obrigatório. Segundo o laudo do Instituto-Geral de Polícia (IGP), a vítima morreu por hemorragia interna, provocada por um objeto contundente na coluna cervical. 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895