Caso Gabriel: Justiça Militar marca julgamento para o dia 20 de julho deste ano em Porto Alegre

Caso Gabriel: Justiça Militar marca julgamento para o dia 20 de julho deste ano em Porto Alegre

Três policiais militares respondem por falsidade ideológica e ocultação de cadáver do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, em agosto ano passado na cidade de São Gabriel

Correio do Povo

Interrogatório dos réus ocorrerá na véspera, no dia 19

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A Justiça Militar do Rio Grande do Sul marcou para o dia 20 de julho, em Porto Alegre, o julgamento dos três policiais militares, um sargento e dois soldados, investigados pela morte de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, em agosto do ano passado na cidade de São Gabriel. Em entrevista à reportagem do Correio do Povo na manhã desta sexta-feira, a Juíza de Direito da Justiça Militar Viviane de Freitas Pereira, do Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul (TJMRS), informou que o interrogatório ocorrerá na véspera, no dia 19.

Nessa quinta-feira, os três brigadianos tiveram revogadas as prisões pela Justiça Militar, onde respondem por falsidade ideológica e ocultação de cadáver. No entanto, eles permanecem presos pela Justiça Comum, que apura o caso como homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras atribuídas ao crime são motivo fútil, emprego de tortura e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Os brigadianos estão recolhidos no presídio militar em Porto Alegre.

As audiências de instrução na Justiça Militar já foram encerradas, somando oitivas de 14 testemunhas e 10 informantes. De acordo com a Juíza de Direito da Justiça Militar Viviane de Freitas Pereira, a revogação da prisão dos três policiais militares investigados foi baseada na lei. “Nós revisamos essa decisão já na audiência anterior. A prisão preventiva é uma cautelar, provisória e instrumental, não é pena. Serve para garantir ou proteger algum risco que a gente identifique no processo e isso deve observar a estrita legalidade”, explicou.

“A gente está apegado ao que a lei prevê. Na última audiência em São Gabriel se revisou a decisão e eles ficaram presos porque a instrução criminal não tinha acabado”, acrescentou. “O fundamento que mantinha os policiais presos se esvaziou quando a gente terminou a instrução”, enfatizou a Juíza de Direito da Justiça Militar Viviane de Freitas Pereira. A instrução terminou nessa quinta-feira em Santa Maria.

O jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18, estava desaparecido desde o dia 12 de agosto do ano passado e foi encontrado morto em um açude, na localidade de Lava Pé, no dia 19 do mesmo mês. O jovem, morador de Guaíba, estava na cidade para prestar serviço militar obrigatório. As investigações da Polícia Civil apontaram que ele foi abordado pelos três policiais militares e levado na viatura. Depois disso, não foi mais visto com vida.

Segundo o laudo do Instituto-Geral de Polícia (IGP), a vítima morreu por hemorragia interna, provocada por um objeto contundente. O sangramento ocorreu a partir de golpes dados na coluna cervical. O laudo vai ao encontro de relatos de testemunhas, que afirmam que o jovem teria levado um tapa, caído e batido com a cabeça no chão, sendo então algemado e agredido com um cassetete.


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