Caso Rai: cinco vítimas prestam depoimento nesta quarta-feira
Audiência de reconhecimento ocorreu no Tribunal de Justiça Militar, em Porto Alegre.
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A audiência no Caso Rai ocorreu hoje no Tribunal de Justiça Militar em Porto Alegre. Na parte da tarde, a juíza Karina Dibi do Nascimento ouviu as vítimas das agressões e se reconheciam os policiais militares suspeitos de tortura. O advogado dos torcedores do Brasil de Pelotas, Rafael Martinelli, também acompanhou a audiência.
O Ministério Público do RS (MP) afirmou que cinco vítimas das agressões serão ouvidas pela juíza de Direito Karina Dibi do Nascimento. Após cada depoimento, a testemunha é questionada para saber se está apta a fazer o reconhecimento. Caso diga sim, este será feito por videoconferência, com procedimento específico. Segundo as autoridades, os depoimentos foram concluídos após as 18h.
Ao todo, de acordo com o MP, 17 policiais militares respondem pelo crime de tortura qualificada contra Rai e tortura contra 11 torcedores do Brasil de Pelotas. Um dos brigadianos também foi denunciado por falsificação de documento e outro por injúria e ameaça, além do crime de tortura. De acordo com o MP, novas audiências estão marcadas para os dias 18 e 25 de abril e 6 de maio. Os PMs suspeitos serão ouvidos no final do procedimento. Mas, ainda não há uma data definida.
Tirado à força
O caso ocorreu em 1° maio de 2022. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou o torcedor xavante Rai Duarte, de 33 anos, sendo retirado de um ônibus por policiais militares da Força Tática do 11° BPM, na noite de domingo, após a partida entre São José e Brasil de Pelotas, que empataram em 1 a 1, em jogo válido pela Série C do Campeonato Brasileiro, no estádio Francisco Novelletto Neto, no bairro Passo D´Areia, na zona Norte de Porto Alegre. Um outro vídeo, que também circulou pelas redes sociais, Rai aparece ferido, em uma cadeira de rodas no setor de emergência do Hospital Cristo Redentor, aparentando sentir dor abdominal. Inclusive, ele não está sentado corretamente na cadeira de rodas, que é empurrada por um policial militar.
Rai Duarte ficou 116 dias internado no Hospital Cristo Redentor, na Capital, sendo 47 dias na UTI, em estado de coma induzido. O torcedor xavante recebeu alta da UTI em 7 de julho de 2022, mas ainda seguiu por um tempo em recuperação no hospital, em Porto Alegre. Além dele, outros 11 torcedores teriam sido torturados por 17 policiais militares do 11° BPM. A Brigada Militar abriu um IPM. Os policiais militares apontados como os agentes que teriam participado do crime foram afastados de suas funções.
