Caso Ronei Jr: Júri retoma segundo dia com interrogatório dos réus

Caso Ronei Jr: Júri retoma segundo dia com interrogatório dos réus

Júri ouviu três réus nesta terça-feira

Correio do Povo

Júri ouviu três réus nesta terça-feira

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O segundo dia do júri do Caso Ronei Jr foi retomado nesta terça-feira, 5, com o interrogatório dos réus Alisson Barbosa Cavalheiro, Geovani Silva de Souza e Volnei Pereira de Araújo. Eles respondem por seis crimes: homicídio qualificado (meio cruel e recurso que dificultou a defesa) de Ronei Faleiro Jr, tentativas de homicídio qualificado de Ronei Wilson Faleiro, Richard Saraiva de Almeida e Francielle Wienke, associação criminosa e corrupção de menores.

Ouvidos em ordem alfabética, como constou na denúncia, o primeiro a falar foi o réu Alisson. Em depoimento, a vítima Francielle, que teve um relacionamento com o réu cerca de dois anos antes dos fatos, disse que teria advertido Alisson no início da festa de que “não queria confusão”. Na data do crime, Francielle namorava a vítima Richard há quatro meses.

Ainda que confirme o relacionamento anterior com a vítima, Alisson negou ter sido advertido por ela e ter feito qualquer ameaça a Richard. “Há muito tempo atrás fiquei com ela. Eu era conhecido dela, não era amigo próximo. Sabia que eles eram namorados. Nunca falei com Richard, só cumprimentava. Vi ele na festa, mas não falei com ele”, afirmou o réu.

Com 19 anos na época dos fatos, Alisson negou qualquer participação nos fatos, tendo saído da festa antes do encerramento. “Passei sete anos preso por uma coisa que não fiz, eu nem tava lá. Não tive participação em nada disso. Pra mim, era uma noite normal, não tinha visto briga na festa”.

Questionado pelo Ministério Público se tinha inimigos, Alisson responde “Provavelmente o Richard, pode ser que ele não goste de mim”.

Entre os réus, Alisson disse só conhecer melhor o Jhonata, os demais só “de vista”. Contou que ficou sabendo da briga depois de já ter ido embora por um amigo e no dia seguinte ficou sabendo pela mãe que Ronei Jr havia morrido.

Ao ser interrogado pela defesa, o réu chorou ao contar que antes do ocorrido ele e a irmã cuidavam da mãe que estava com câncer. Foi na festa somente para se distrair um pouco Teria dito à irmã que não voltaria tarde para que ela pudesse dormir e ele seguir mais um tempo cuidando da mãe antes de dormir.

Segundo réu a depor nega participação nos fatos

O réu Geovani Silva de Souza, 28 anos, foi o segundo a ser interrogado na manhã desta terça-feira. O interrogatório não foi transmitido ao vivo a pedido do réu. Ele relatou que saiu da festa no encerramento. Contou ainda que estava nas escadarias do Clube, onde ocorria a festa dos formandos, quando ouviu barulhos da briga.

“Não vi nada, desci a escadaria com amigos. Escutei barulhos, só me afastei, mas não vi as agressões”, pontuou informando que também não lembrava de ter ouvido durante a festa que poderia haver uma briga na saída.

Antes dos fatos, Geovani era vendedor de uma agropecuária, comércio da família dele há mais de 20 anos em Charqueadas, local onde ele conheceu Ronei Wilson Faleiro.

Ao ser questionado pelo Juiz de Direito Jonathan Cassou dos Santos, que preside o júri sobre a amizade dele com os outros réus, Geovani informou que conhecia “de vista” a maior parte deles em razão de partidas de futebol.

Ao final do interrogatório, o Promotor de Justiça, Eugênio Paes Amorim, questionou o nome do time. Geovane negou ter ciência de que a sigla do time “ARC” teria alguma relação com o Bonde Aba Reta, citado em depoimentos anteriores como grupo dos réus envolvidos nos crimes.

Terceiro réu afirmou ter agredido lateral do veículo

O último réu do segundo Júri do Caso Ronei Jr. foi Volnei Pereira de Araújo, 25 anos. Primeiro dos três réus que confessou ter alguma participação nos fatos, mas, segundo ele, restrita a “socos ou chutes” no veículo de Ronei Wilson Faleiro.

“Tinha muita gente na volta da camionete. Dei soco ou chute no carro, não sei bem. Eu tava alcoolizado. Tinha bastante garrafa. Não era para ter ido lá (atravessado a rua quando iniciaram as brigas), me meti. Fui em direção ao carro, em nenhum momento encostei em algum deles (nas vítimas)”, alegou Volnei, destacando que teria agido “por impulso”.

Pelos depoimentos, o réu teria sido expulso da festa pelo fato de estar alcoolizado, fato não recordado pelo acusado. Ainda que tenha informado conhecer alguns dos réus, citou apenas o nome de menores de idade envolvidos nos fatos.

Com a conclusão dos depoimentos dos réus, iniciou a fase dos debates do Júri, começando com as falas dos Promotores de Justiça. Após serão as defesas e por último as réplicas e tréplicas.


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