Catador espancado morre, e inquérito policial passa a ser por homicídio em Vacaria

Catador espancado morre, e inquérito policial passa a ser por homicídio em Vacaria

Vítima foi atacada por um indivíduo que queria mostrar aos amigos como se matava uma pessoa

Correio do Povo

Câmera de monitoramento registrou crime

publicidade

O inquérito da Polícia Civil sobre o caso do catador espancado em Vacaria, ocorrido na madrugada do dia 20 de fevereiro passado, passa a ser a partir de agora por homicídio. O delegado Anderson Silveira de Lima confirmou a morte da vítima na noite dessa segunda-feira na UTI do Hospital Pompeia, em Caxias do Sul.

A vítima, conhecida como Andrezão Pé Furado, 48 anos, residia no bairro São Francisco. Ele foi atacado na rua Marechal Floriano, na área central da cidade, pelo acusado, de 31 anos, que pretendia mostrar aos amigos como se matava uma pessoa. As agressões incluíram pontapés e pisoteios.

Uma câmera de monitoramento no local registrou tudo e serviu como uma das provas contra o suspeito na investigação da DP Vacaria. Entre as diligências, os policiais civis ouviram testemunhas.

O suspeito teve a prisão preventiva solicitada pelo delegado Anderson Silveira de Lima, com parecer favorável pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e deferimento do Poder Judiciário. O autor do crime foi preso pela Brigada Militar durante o feriadão de Carnaval.

No parecer em que se manifesta pela prisão, o promotor de Justiça Damasio Sobiesiak, do MPRS, disse que o demandado agiu com o “propósito exibicionista de mostrar aos amigos como se mata uma pessoa”, já que diferentes testemunhas relataram ter sido essa a intenção do acusado.

O representado agiu com crueldade manifesta e intensa maldade, agredindo com violência extrema uma pessoa completamente incapaz de se defender”, pontuou o promotor na peça.

Sobiesiak contiu que a Brigada Militar foi acionada, via rádio, para comparecer ao Hospital Nossa Senhora da Oliveira na manhã do crime, porque uma pessoa teria dado entrada em estado gravíssimo. Então, uma equipe se deslocou até a casa de saúde e recebeu informação de que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou atendimento a um homem que apresentava fratura no crânio e hemorragia. A vítima era um homem em situação de rua que, segundo testemunhas, havia sido agredida gratuitamente.

Conforme os relatos de amigos do agressor, confirmados posteriormente por imagens de câmeras de vigilância, o acusado afirmou que queria mostrar para eles como é que se mata uma pessoa, passando, em seguida, a desferir socos e chutes na vítima que vinha no sentido contrário. O morador em situação de rua estava sob efeito de álcool. Após cair no chão, ainda foi chutado com agressividade.

“Importante ressaltar que a necessidade da prisão preventiva está fundada na gravidade concreta do delito, na periculosidade manifesta do agente e no modus operandi do representado. Com efeito, o representado agrediu a vítima a socos e chutes, abandonando-a, posteriormente, em via pública, desacordada. As agressões deixaram a vítima em estado grave, com “hemorragia no crânio”. Nesse contexto, a necessidade da prisão cautelar está ampla e devidamente demonstrada”, fundamentou o promotor.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895