Cinco responsáveis por clínica podem ter prisão decretada hoje
Incêndio em centro de reabilitação matou sete pessoas em Arroio dos Ratos
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O titular da Delegacia de Polícia da cidade, delegado Pedro Urdangarin, pediu a homologação da prisão dos três funcionários autuados em flagrante e a prisão preventiva de mais dois integrantes da direção da clínica. Eles podem ser responsabilizados por homicídio qualificado com dolo eventual, agravado por situação de cárcere privado e omissão de socorro.
A direção da clínica promete divulgar uma nota pública sobre o caso ainda hoje. A prioridade do momento, segundo o representante que atendeu a reportagem, é garantir a segurança e o tratamento dos pacientes internados. Com outras duas unidades em Porto Alegre e uma em Santo Antônio da Patrulha, a instituição privada para tratamento de dependência química soma 270 leitos de internação. Cerca de 40 pessoas eram atendidas em Arroio dos Ratos.
Internados em estado grave
Três feridos permanecem internados em hospitais de Porto Alegre, sendo dois em estado grave. Os sete mortos estavam confinados para desintoxicação, em um quarto fechado com grades e cadeado. Entidades como o Conselho Regional de Psicologia do Estado (CRPRS) condenaram a prática de tratamento, que é contrária às diretrizes das políticas nacionais para álcool e drogas. A privação da liberdade do interno não é aceita pelos termos da Reforma Psiquiátrica no Brasil.
O governo do Estado ressaltou que o Centro Novos Horizontes não mantinha convênio com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e nem com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad). O coordenador da Política de Saúde Mental do Estado, Luiz Coronel, afirmou que “as comunidades terapêuticas são estabelecimentos de saúde mental que apresentam resultado na conquista e manutenção da abstinência”. Ele destacou, porém, que a desintoxicação deve ser feita em ambiente hospitalar e que a boa utilização das comunidades terapêuticas pressupõe a adesão voluntária ao sistema.
