Começa julgamento do traficante Teréu

Começa julgamento do traficante Teréu

Crime ocorreu em 7 de maio de 2015 no Presídio de Charqueadas

Correio do Povo

Julgamento começou nessa segunda-feira, em Porto Alegre

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O julgamento de três dos oito réus no caso do assassinato do traficante Teréu começou na manhã desta segunda-feira na 1ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre. O crime ocorreu na manhã do dia 7 de maio de 2015 quando o criminoso foi rendido e asfixiado no interior do refeitório A da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Imagens de uma câmera de monitoramento no interior da ala registraram o crime. Todos foram denunciados pelo Ministério Público em junho daquele ano pelo crime de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

Na acusação atuam os promotores de Justiça Lúcia Helena Callegari e Eugênio Paes Amorim. “A prova é o vídeo em primeiro lugar, mas existem outros elementos como a confissão parcial de um dos réus que tentar alegar uma versão de que não teve a intenção de matar”, observou Eugênio Paes Amorim. “O fato é que está tudo filmado e está muito clara a intenção deles de matar. Eles apertaram o pescoço de Teréu até a morte”, acrescentou. Em caso de condenação, a pena pode chegar até os 18 anos de reclusão. No dia 04 de julho está marcada a sessão de julgamento de mais três envolvidos e no dia 08 de agosto os últimos dois réus.  O processo deveria ter um nono réu, mas ele faleceu em 2016. 

Eugênio Paes Amorim entende que a morte da vítima estaria ligada à disputa de facções, mas outros motivos poderiam ser agregados, citando como exemplo alguma desavença dos réus com Téreu, o modo cruel do narcotráfico conduzido pelo traficante no Beco dos Cafunchos, no bairro Agronomia, ou ainda o homicídio do traficante rival Xandi ocorrido antes. “Temos organizadores e facilitadores do crime. O mando do crime talvez possa ter vindo de fora da cadeia, mas ainda não temos essa apuração”, esclareceu, assegurando que o crime foi premeditado. 

Já a advogada Tatiana Vizzotto Borsa, que integra a defesa dos réus, antecipou o que está sendo apresentado diante do júri. “Acompanhei desde o dia do fato o que aconteceu, passei 15 dias na Pasc, acompanhei a reconstituição que teve…”, destacou. A tese de defesa é de que Teréu ameaçou a família de um dos réus. Houve então uma animosidade e discussão entre os presos. “Teréu não poderia ter ido para a Pasc. Foi pedido para ele sair da galeria, mas ele disse que não iria sair pois era o Teréu. Foi um acerto de contas. Infelizmente aconteceu….as imagens dizem tudo. Não tem mandante do crime e isso foi provado no processo. Não teve também participação de agentes penitenciários”, garantiu. A advogada Tatiana Vizzotto Borsa frisou ainda os três réus que estão sendo julgados nesta segunda-feira relataram que “queriam tirar o Teréu” do refeitório. Um dos réus é autor confesso do crime e os outros dois, segundo ela, tentaram arrastar a vítima para sair do local pois “não poderia ficar onde estava”.


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