Começa primeiro júri do caso Ronei Júnior, com três réus, em Charqueadas

Começa primeiro júri do caso Ronei Júnior, com três réus, em Charqueadas

Julgamento, com 21 testemunhas, pode se estender até a próxima sexta-feira

Correio do Povo

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O primeiro júri do caso Ronei Júnior, com três dos nove réus, começa na manhã desta quarta-feira no Salão do Júri da Comarca de Charqueadas. A sessão será presidida pelo Juiz de Direito Jonathan Cassou dos Santos. O pai da vítima, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, manifestou a expectativa de que os autores da morte do filho dele sejam punidos. "A gente acredita na justiça. Não tem nada que torne menos pesado o que foi feito...foi um crime extremamente bárbaro. A expectativa é de que a justiça seja feita e que o conjunto dos jurados tenha uma apreciação correta sobre tudo", falou à reportagem do Correio do Povo. "Que ocorra a condenação e que o recado à sociedade seja dado...Por mais doloroso que esse processo seja para a família, temos de atravessá-lo para que a justiça seja feita", enfatizou.

Pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, a acusação será dos Promotores de Justiça Anahi Gracia de Barreto, João Cláudio Pizatto Sidou, Marcio Abreu Ferreira da Cunha e Eugênio Paes Amorim. Na defesa vão atuar os advogados Diorge Diander da Cunha Rocha e Celomar Cruz Cardozo, além dos defensores públicos Cristiano Vieira Heerdt, Antonio Flavio de Oliveira e Tatiana Kosby Boeira.

Todos os três réus respondem pelos crimes de homicídio qualificado (meio cruel e recurso que dificultou a defesa), três tentativas de homicídio qualificado (motivo fútil, sendo que em um caso também meio cruel e recurso que dificultou a defesa), associação criminosa e corrupção de menores.

O julgamento, que pode se estender até a próxima sexta-feira. Um total de 21 testemunhas foram arroladas, sendo 12 pessoas pela defesa e nove pela acusação. Os outros seis réus serão julgados nos dias 4 e 11 de julho, dividindo-se em três para cada sessão.

Haverá transmissão ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul no YouTube.

Conforme a denúncia do MPRS, o pai da vítima, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro deixou seu filho, o adolescente Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, 17 anos na noite de 31 de julho de 2015, às 22h, no Clube Tiradentes, em Charqueadas. O combinado era que iria buscá-lo às 5h do dia 1º de agosto. O jovem participava de uma festa, promovida para arrecadar fundos para a formatura no ensino médio da turma dele.

Ronei era um dos organizadores do evento, onde estavam também os réus na festa. De acordo com o MPRS, os acusados, então na faixa etária entre 18 e 21 anos, formavam o “Bonde da Aba Reta”.

Na volta para casa, Ronei Júnior pediu que o pai desse carona para um casal de amigos. Na saída do clube, os réus começaram a perseguir o grupo, arremessando contra eles garrafas de vidro. Eles tentaram correr para o interior do carro, mas foram cercados pelos acusados, que desferiram chutes, socos com soqueiras e golpes de garrafas de vidros. O motivo da briga teria sido porque um dos amigos do adolescente era morador da cidade vizinha, São Jerônimo.

Ronei Júnior foi o último a conseguir entrar no veículo, sendo cercado por outros jovens que chutavam o automóvel e tentavam abrir as portas. O pai dele também foi atingido com garrafadas, socos e pontapés. Em um determinado momento, ele conseguiu se desvencilhar dos agressores, entrou no carro e saiu imediatamente do local.

No caminho, ao perceber as lesões no filho e no casal, o pai deslocou-se para o Hospital de Charqueadas. Devido à gravidade, o adolescente foi encaminhado para o Hospital Santo Antônio, em Porto Alegre. No entanto, a vítima chegou sem vida na Capital. O principal golpe, que provocou traumatismo craniano e a consequente morte, teria sido ocasionado por um soco desferido por um dos agressores que estava com uma garrafa.

Depois do ataque, os suspeitos festejaram as agressões por meio de conversas pelo WhatsApp. Eles narraram os detalhes das garrafadas, estocadas com cacos de vidros, pontapés, socos e voadoras desferidas contra as vítimas. O crime chocou a cidade na época pelo fato da vítima ser muito conhecida e sobretudo pelo alto grau de violência.


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