Começa reconstituição do caso da morte de João Alberto no Carrefour

Começa reconstituição do caso da morte de João Alberto no Carrefour

Caso ocorreu em 19 de novembro de 2020, em supermercado da zona Norte

Sidney de Jesus

Caso ocorreu em novembro do ano passado

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A Polícia Civil iniciou na noite desta terça-feira o primeiro dia da reconstituição do crime que resultou na morte de João Alberto Silveira Freitas, o “Beto”, que foi espancado até a morte no estecionamento da filial do supermercado Carrefour, no bairro Passo D'Areia, em Porto Alegre, em 19 de novembro do ano passado.  

 A reconstituição simulada  é conduzida pela Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP) e reproduz os passos das  nove testemunhas de acusação envolvidas no caso. No final da tarde, antes de participarem da simulação, as testemunhas estiveram na sede da DPPH e relataram a  peritos do IGP e agentes da Polícia  todos os fatos que presenciaram no dia da morte de Beto. 

A reprodução simulada iniciou-se por volta das 23h30min desta terça-feira. 
A área foi isolada para acesso restrito a Polícia, peritos, participantes e advogados. As ruas de acesso ao supermercado foram bloqueadas pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

 A reconstituição do crime é realizada por 12 policiais, auxiliados  por indicações das testemunhas.  João Alberto Silveira Freitas é representado por um policial civil e também por um boneco, nos momentos de vilência.

 "Agora é o momento mais tranquilo para a prova técnica. Os peritos poderão avaliar com mais calma o que de fato aconteceu. O nosso cliente, de fato, não teve responsabilidade sobre a morte no sentido da causualidade. A causa da morte não foi necessariamente pelo ato dele", afirmou o advogado David Leal, que pediu a reconstituição e defende Giovane Gaspar da Silva, um dos seguranças que está preso, e também o funcionário do Carrefour Rafael Rezende. 

Segundo Leal, a reconstituição pode mudar o caso, sobretudo do segurança Giovani Gaspar.  "Ela vai demonstrar qual é a relevância da ação dele. Desde o início a gente já sabe que ele agiu sempre tentando conter o vitimado", afirmou advogado, lembrando que  as imagens  não mostram o que tem dentro do corpo e também  qual era o estilo de vida do vitimado. 

"Nesse momento precisamos nos acalmar e analisar o que os peritos dizem, e se tem relevância ou não. Com todo o respeito que temos pelo vitimado e familiares e todos que lutam pela causa racial, o que nós queremos agora é apenas esclarecer a verdade, nada mais do que isso. Sendo esclarecida, estaremos satisfeitos", afirmou o advogado. Leal disse, ainda, que alguns detalhes como "onde estavam  o joelho de um e a mão de outro "  devem ser analisados. "Esses fatos são extremamente relevantes, na medida  em que eles podem  ou não ter causado asfixia".

A reconstituição irá resultar em um laudo, onde o perito irá analisar as versões relatadas, que, em média, é concluído em 30 dias, dependendo da complexidade do trabalho" afirmou a titular da 2° Delegacia de Homicídios de Porto Alegre, delegada Roberta Bertoldo, antes do início dos trabalhos.

Para o advogado da viúva Milena Alves, o assistente de acusação Gustavo Nagelstein, "a reprodução é a tentativa de se trazer a cena mais fidedigna do que aconteceu. É uma prova bem importante" , enfatizou. 

A reconstituição do crime que vitimou João Alberto Silveira Freitas terá continuidade na quinta-feira, 13, com a participação dos seis réus citados no processo.


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