Condenado por matar mulher com tábua de carne em Tenente Portela tem prisão domiciliar concedida

Condenado por matar mulher com tábua de carne em Tenente Portela tem prisão domiciliar concedida

Ministério Público do RS pode recorrer da decisão

Christian Bueller

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Um homem de 60 anos, condenado por matar a mulher com uma tábua de carne, em Tenente Portela, no noroeste do Estado, em 2017, conseguiu na justiça o direito de cumprir pena em regime de prisão domiciliar. Preso no ano passado, teve o pedido de defesa deferido pela juíza Leila Andrade Curto, da Vara Adjunta de Execuções Criminais da Comarca de Três Passos, em decorrência da idade avançada e de comorbidades, como “medida de prevenção comunitária” à Covid-19. O Ministério Público do RS pode recorrer da decisão.

Adelar Schmidt agrediu a companheira Clarice de Azevedo, de 29 anos, na cabeça com uma tábua de cortar carne, na madrugada de 22 de janeiro de 2017, na residência do casal, no km 4 da ERS-330, por volta das 4h. A filha, à época com dez anos, presenciou o crime. Ele foi preso em flagrante e a vítima, encontrada pela Brigada Militar ainda com vida, foi encaminhada e internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Caridade de Três Passos.

Clarice morreu em 4 de fevereiro daquele ano, em virtude de falência múltipla dos órgãos e traumatismo cranioencefálico. O autor do feminicídio foi conduzido ao Presídio Estadual de Três Passos, mas depois chegou a aguardar a data do julgamento em liberdade desde meados de 2018.

Schmidt foi julgado e condenado pelo Tribunal do Júri de Tenente Portela em 2020, mas não cumpriu a pena estabelecida de 15 anos de reclusão em regime fechado, pois não se apresentou às autoridades. Com um mandado de prisão por sentença condenatória expedido contra ele, o assassino de Clarice foi preso em dezembro de 2021 em uma ação conjunta das delegacias de Polícia de Tenente Portela, Miraguaí e Três Passos, com apoio da Brigada Militar.

Ao cercarem a casa onde estava, as autoridades precisaram negociar a rendição, que aconteceu duas horas depois, por intermediação dos filhos do então foragido e um advogado contatado pela família. Após a prisão, o feminicida se sentiu mal e foi socorrido pelo Samu antes de ser levado à penitenciária.

As condições de saúde de Schmidt foram levadas em conta na decisão da juíza de Três Passos ao concedê-lo a prisão domiciliar que, em caráter excepcional devido à pandemia, tem um prazo de 90 dias de duração e poderá ser prorrogado ou não, dependendo da análise do caso. Segundo o seu advogado, Diego Garcia, o homem “é cardíaco, depressivo e surdo, somados à Covid-19, causam grande risco à sua vida, e existiria uma grande dificuldade no correto acompanhamento pelos médicos responsáveis pelos tratamentos”. 


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