Conselho Tutelar considera “desproporcional” ação da BM durante desocupação da Sefaz

Conselho Tutelar considera “desproporcional” ação da BM durante desocupação da Sefaz

Conselheiras presentes no local vão contribuir com as investigações prestando relatórios com o que foi visto

Camila Diesel/Rádio Guaíba

Conselheiras presentes na Sefaz vão contribuir com as investigações

publicidade

A retirada, pela Brigada Militar, de estudantes que ocuparam a Secretaria da Fazenda, na tarde da última quarta-feira, foi considerada “abusiva” e “desproporcional” pelas conselheiras tutelares que acompanharam a ação. Após a desocupação, Aline Bettio e Gisele Aberbuj receberam cerca de 20 denúncias de pais, estudantes e entidades. Segundo Aline, ambas foram até o local para verificar a garantia de manifestação do grupo, que pede melhorias na política educacional. Ela relata que não havia negociador, além dos policiais militares, que deram ordem de saída e ameaçaram os estudantes de retirada forçada.

“Se a gente comparar com o perigo que esses estudantes representavam ali, sentados no chão, com as suas mochilas, pedindo para serem ouvidos pelo governador, a força policial foi desproporcional”, disse. O Conselho vai contribuir com as investigações das Promotorias da Infância e Juventude e da Educação, prestando relatórios com os apontamentos do que foi visto no local.

Desde ontem, o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente (Cedica) também se reúne para avalia se houve excessos na operação da BM. O órgão, que fiscaliza o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, deve emitir parecer. O grupo também vai analisar vídeos e relatos de estudantes publicados em redes sociais desde o ocorrido.

Após o uso da força para encerrar a manifestação, a Brigada Militar deteve cerca de 55 pessoas. Do total, em torno de 45 adolescentes foram levados ao Departamento da Criança e do Adolescente da Polícia Civil, e liberados após a chegada de pais e responsáveis, ainda na quarta. Eles ainda podem ser responsabilizados por participarem do protesto.

Outras dez pessoas maiores de idade, entre elas um jornalista do Jornal Já e um cineasta independente, chegaram a ser presas e liberadas no início da madrugada seguinte. Os adultos devem responder por seis crimes, entre eles o inafiançável de corrupção de menores.

Em entrevista à Rádio Guaíba, o titular do Comando de Policiamento da Capital, tenente-coronel Mario Ikeda, disse que houve necessidade de progredir no uso da força devido à resistência dos manifestantes ao serem retirados do prédio.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895