Corpo de jovem desaparecida é encontrado na Lomba do Pinheiro

Corpo de jovem desaparecida é encontrado na Lomba do Pinheiro

Vítima teve morte registrada em vídeo pelos criminosos que executaram crime

Franceli Stefani

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O corpo de Paola Avaly Corrêa, 18 anos, que teve sua morte gravada em vídeo pelos criminosos, foi encontrado no fim da manhã desta quinta-feira, na localidade conhecida como Vila Tamanca, no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. O desaparecimento era investigado desde o último domingo, quando a família a viu pela última vez, no momento em que saía de casa, no bairro Bom Jesus, Zona Leste da Capital.

Conforme a Polícia Civil, o mandante é um detento da Cadeia Pública de Porto Alegre (Presídio Central), que será indiciado pelo crime de feminício e também ocultação de cadáver. Atualmente, ele está preso preventivamente pelo crime de tráfico de drogas. A identidade dele não foi revelada.

De acordo com a 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DPHPP), Roberta Bertoldo, a informação é de que pelo menos quatro pessoas estiveram no local do assassinato, além do mandante. A polícia tomou conhecimento da existência do vídeo na terça-feira. “Ele circulou pelas redes sociais e era possível ver a forma com que ela foi executada”, disse. As investigações apontam que ela foi arrebatada nas proximidades da penitenciária, quando estaria se dirigindo à visita.

As imagens, que causaram comoção, mostram uma mulher com mãos e pés amarrados deitando em uma cova rasa aberta no meio do mato. Em seguida, dois estampidos foram ouvidos e o vídeo termina. A delegada afirmou que logo após ela teria sido enterrada. A polícia acredita que ela tenha sido morta no domingo. “Ela fez postagem na madrugada de domingo, em uma rede social, que denotava uma briga séria com seu namorado, que ela visitava no Central.”

Publicação em rede social

A jovem relatou na publicação que seu “ex-companheiro” - ela havia alterado seu status de relacionamento e se dizia solteira - teria colocado sua foto num grupo de troca de mensagens atribuído a traficantes de uma das maiores facções do Estado. No texto curto ela detalhava que "apanhava horrores".

A polícia informou que ela nunca efetuou nenhum registro contra ele. Sem dar detalhes de como os agentes chegaram até o corpo de Paola, a titular da 2ª DPHPP, salientou que o caso foi repassado ainda ontem para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), sob responsabilidade da delegada Tatiana Barreira Bastos.

Até o momento, oficialmente, o acusado de ter ordenado a morte da companheira não foi ouvido pela polícia. Tatiana reiterou que o principal motivo seria uma traição descoberta por ele. “Enquadramos como feminicídio, além da ocultação do cadáver. Houve motivação de gênero”, expressou.

A delegada disse que a forma de execução passa uma mensagem de menosprezo com a condição de mulher. As investigações terão seguimento, inclusive com a oitiva do suposto mandante. Até o momento, ninguém foi preso.

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