Corpo de mãe Bernardo é exumado em Santa Maria
Reabertura do inquérito sobre a morte de Odilaine Uglione foi determinada pelo TJ em maio
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• Sentença para julgamento do caso Bernardo deve sair até o dia 12
O advogado da família Uglione, Marlon Taborda, que acompanhou o trabalho de remoção do corpo do jazigo na manhã desta terça-feira, afirmou que não há prazo para a conclusão dos trabalhos que são realizados por técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre.
"O que pode ser dito agora é que a investigação está abordando vários fatos muito importantes os quais acreditamos que possam vir a ter um desdobramento como resultado de conclusão diversa do que realmente ocorreu em 2010. A perícia foi e será fundamental para a averiguação de algumas circunstâncias que por nós estão sendo suscitadas", explicou o advogado.
A reabertura do inquérito foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) no final de maio. A decisão foi do juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos, e atendeu ao pedido do Ministério Público. De acordo com o juiz, os elementos e fundamentos apresentados foram suficientes. O processo está sendo comandado pelo delegado de Polícia Civil de Santa Rosa, Marcelo Lech.
Novos fatos
A promotora de Justiça Silvia Inês Miron Jappe justificou que os laudos da assistência técnica, confeccionados a pedido de Jussara Uglione, mãe da vítima, trouxeram novos fatos. De acordo com peritos, a suposta carta suicida da enfermeira teria sido forjada, escrita por outra pessoa.
Entre os pedidos da defesa da mãe da vítima, estavam a reprodução simulada dos fatos (com a presença de todos os atores da cena, inclusive pacientes que aguardavam atendimento e o próprio Leandro Boldrini, além da secretária), oitiva de testemunhas (pessoas que estavam no consultório, profissionais que prestaram socorro à vítima, peritos), entre outras diligências que deverão ser conduzidas pela autoridade policial.
Caso Bernardo
Bernardo Boldrini, 11 anos, desapareceu em 4 de abril, em Três Passos, e teve o corpo encontrado na noite do dia 14, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio. Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta, admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada.
O pai do menino, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (apenas Leandro).
A polícia sustenta a tese de que Graciele e Edelvânia executaram o homicídio usando doses do medicamento Midazolan – a madrasta porque entendia que o menino era um “estorvo” para o relacionamento entre ela e Leandro Boldrini, e Edelvânia em troca de dinheiro, para comprar um apartamento. Ainda segundo o inquérito, Boldrini também teve participação na morte fornecendo o medicamento controlado em uma receita assinada por ele, na cor azul. Já Evandro se tornou o quarto réu do caso, pela suspeita de ter ajudado a fazer a cova onde o corpo do menino foi enterrado.