Cresce índice de alcoolizados entre os mortos no trânsito do RS

Cresce índice de alcoolizados entre os mortos no trânsito do RS

Índice é cinco pontos percentuais maior que em 2021, quando foi detectado álcool em 39% dos condutores mortos

Correio do Povo

DetranRS analisou motoristas de veículos quatro rodas e motociclistas com resultado conclusivo para alcoolemia

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Um estudo transversal é realizado a partir do cruzamento de dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre acidentes de trânsito revelou crescimento no índice de alcoolizados entre os mortos no trânsito no RS. A análise tem como base os testes que indicam presença de álcool etílico na circulação sangüínea (alcoolemia), feitos pelo Instituto-Geral de Perícia (IGP).

Segundo os dados, o álcool estava presente no sangue de 44% dos condutores mortos em acidentes de trânsito em 2022. O índice é cinco pontos percentuais maior que em 2021, quando foi detectado álcool em 39% dos condutores mortos. Os percentuais anteriores mantinham-se relativamente estáveis em 2018 (37,6%), em 2019 (37,2%) e em 2020 (39,7%).

Para poder traçar um perfil, o DetranRS analisou motoristas mortos em acidentes de automóveis e motociclistas. Entre 2018 e 2022, foram registradas 8.083 mortes no trânsito do RS, sendo 4.598 de motoristas de carro ou motociclistas. Do total de condutores mortos, 3.267 casos (71%) tiveram resultado conclusivo do exame de alcoolemia.

Em 2022, 295 pessoas que conduziam veículos tiveram resultado positivo no exame de alcoolemia realizado pela perícia. Isso significa que 44% dos condutores e motociclistas apresentavam uma concentração de álcool na corrente sanguínea superior a zero decigrama por litro (dg/L) no momento do acidente.

O percentual de mortos com presença de álcool no sangue foi maior entre motoristas de veículos de quatro rodas, chegando a 49% de um total de 374 vítimas. Entre os 291 motociclistas mortos e testados, o percentual de alcoolemia foi de 38%. Embora menor que entre os motoristas, o índice de alcoolemia entre motociclistas cresceu 7,8% em relação aos últimos anos, quando estava em torno de 30%.

Observou-se em 2022 que a proporção de alcoolizados entre os homens segue em uma crescente, chegando no maior índice da série histórica, com 45%. Já entre as mulheres observa-se que o índice ficou muito próximo de sua média histórica, atingindo 32%.

Em 2022, os sinistros de trânsito do tipo tombamento apresentaram um aumento de 20 pontos percentuais no índice de alcoolemia quando comparado a 2021. Até esse período, o índice ficava em torno de 50% de motoristas mortos e com alcoolemia positiva, mas em 2022 essa estatística chegou a 70%. Os índices dos demais tipos de acidentes permaneceram nas suas respectivas médias: capotagem (62%), choque com objeto fixo (61%) e colisão (37%).

A análise dos acidentes apontou as madrugadas dos finais de semana como os momentos de maior risco em 2022, concentrando maior percentual entre os alcoolizados. O turno da madrugada teve grande destaque por apresentar o maior índice de alcoolemia desde 2018, chegando a 75%. Nos finais de semana, a alcoolemia entre motoristas mortos aumentou, atingindo 60%, ou seja, a maior marca desde o início do monitoramento.

Com base na orientação da Organização Mundial de Saúde sobre os principais fatores de risco de acidentes, o DetranRS desenvolveu em 2011 a principal política de trânsito do Estado. Focada na prevenção e no combate a alcoolemia, a Balada Segura realiza blitz diárias em que todos os condutores são solicitados a fazer o teste do etilômetro.

Um estudo do Núcleo de Inteligência de Dados da Autarquia, que buscou avaliar os resultados da Balada Segura em 39 municípios, mostrou que as prefeituras que aderiram ao programa registraram redução média de 9,6% nos acidentes com morte nos 36 meses que se seguiram à implementação.

Aproximadamente metade dos municípios integrantes do Balada Segura perceberam uma redução no quantitativo de acidentes fatais no período de um ano após a adesão. O percentual sobe para 71,4% dos municípios apresentando um decréscimo de acidentes com morte no período de três anos.


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