Criminosos que impediam moradores de acessar posto de saúde são alvos de operação

Criminosos que impediam moradores de acessar posto de saúde são alvos de operação

Ação da Polícia Civil prendeu quatro pessoas – duas estariam envolvidas em, pelo menos, cinco assassinatos<br />

Raphaela Suzin

Operação combate grupo envolvido em cinco assassinatos

publicidade

Além do envolvimento em pelo menos cinco homicídios, um grupo de traficantes da Vila Santa Maria, no bairro Rubem Berta, zona Norte de Porto Alegre, é investigado por impor restrições aos moradores da localidade vizinha. Crianças, doentes e idosos da Vila Amazônia, que fica na região, estavam sendo proibidos de acessarem o posto de saúde, devido à guerra do tráfico.

O grupo está sendo alvo da operação Clavus, desencadeada na manhã desta quinta-feira, pela Polícia Civil. Ao menos quatro homens já foram presos, sendo dois os principais executores da facção da Vila Santa Maria e um por tráfico de drogas. O quarto detento não tem relação com a organização criminosa, mas tinha um mandado de prisão expedido por assalto e foi detido em uma das 12 residências alvo de busca e apreensão.

O delegado Cassiano Cabral, que comanda a operação, explicou que a Vila Santa Maria e a Amazônia vivem em constantes “ataques e contra-ataques”, que culminou no impedimento de moradores de transitarem pelos dois locais. Foi uma investigação de uma série de assassinatos – cinco, apenas no mês de maio – que deu origem a operação. A Polícia Civil identificou que criminosos da Vila Santa Maria estavam cometendo os crimes e impedindo a circulação de moradores da Vila Amazônia sobre ordem de um detento da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. O homem, conhecido como Sadol, está preso há mais de três anos e, mesmo assim, segue comandando o grupo criminoso.

Há um mês, a Polícia Civil realizou operação semelhante na Vila Amazônia, quando foram presos os principais membros do grupo criminoso. De acordo com Cabral, a Polícia Civil está sempre atenta à região. Com a prisão de membros das duas facções rivais, a expectativa é de que os confrontos diminuam na região.

“Onde o Estado não se faz presente, o tráfico impera. Por isso, é necessário manutenção constante nessa região. Fazer operações para conseguir manter a ordem e, principalmente, a tranquilidade dos moradores, o acesso à saúde e o direito de ir e vir”, defendeu Cabral.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895