Defesa de Beira-Mar entra com recurso para anular julgamento

Defesa de Beira-Mar entra com recurso para anular julgamento

Advogados alegam que Ministério Público se baseou em testemunhos contraditórios

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Os advogados de defesa do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, vão recorrer da decisão do Tribunal do Júri, que condenou o acusado a 15 anos de prisão pelo assassinato do também traficante João Morel, em 21 de janeiro de 2001, dentro da cela número 38, no ESPM (Estabelecimento Penal de Segurança Máxima) de Campo Grande (MS). Eles vão tentar anular o julgamento desta terça-feira (10). O recurso deve ser protocolado nesta quarta-feira (11).

Os defensores alegam que o Ministério Público se baseou no depoimento de testemunhas que foram arroladas durante o processo e que entraram em contradição. No júri desta terça, nenhuma testemunha foi ouvida pelos jurados.

O advogado Luiz Gustavo Battaglin Maciel disse que a principal testemunha de acusação é um preso que estava na cela na hora do assassinato de Morel. O defensor diz que o detento caiu em contradição. Maciel diz que a testemunha disse que a vítima não teve chance de se defender, mas que em outro momento informou que Morel teve chance de defesa.

Com essas alegações, os advogados de Beira-Mar vão tentar anular o julgamento desta terça-feira. Beira-Mar foi condenado a 15 anos de prisão sob os agravantes de homicídio mediante pagamento ou promessa de recompensa, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

O julgamento começou às 8h45 do horário local (às 9h45 no horário de Brasília), depois de Beira-Mar conversar com os advogados para saber como deveria proceder durante a sessão. Um forte esquema de segurança, com cerca de 300 policiais civis, militares e federais foi montado para a realização do julgamento.

Durante o júri, a defesa de Beira-Mar tentou desqualificar as acusações e o próprio traficante se defendeu durante o júri, dizendo que era alvo de mentiras. Já o promotor Paulo Cézar Passos relembrou acusações contra Beira-Mar e os indícios de que o traficante carioca teria comemorado a morte de dois integrantes de facção criminosa rival no presídio de Bangu 1, no ano de 2002.

- Ele chegou a dizer que estava tudo dominado e comemorou a queda das duas torres, em uma referência ao desastre das Torres Gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos.

A promotoria ainda relembrou que várias testemunhas que constam no processo foram mortas antes de serem ouvidas. Outras pediram para não falar por medo.

- Todas elas sabiam que Beira-Mar era o mandante do crime que vitimou Morel e ficaram com medo.

As informações são do R7 / Portal MS Record


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