Defesa de Marco Bernardes vai aproveitar "guerra entre MP e Polícia Civil"

Defesa de Marco Bernardes vai aproveitar "guerra entre MP e Polícia Civil"

Advogada usa declarações de delegados para reafirmar a inocência do ex-assessor jurídico da Secretaria Municipal da Saúde

Tamara Hauck / Correio do Povo

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A divergência entre o Ministério Público e a Polícia Civil será usada pela defesa do ex-assessor jurídico da Secretaria Municipal da Saúde Marco Antônio Bernardes. Ele foi acusado pelo MP de ser um dos mandantes do assassinato do então secretário da Saúde Eliseu Santos, no dia 26 de fevereiro. Sua advogada protocolará nesta terça-feira novo pedido de habeas corpus.

De acordo com a advogada Clair Luísa Brusamello, a equipe de defesa ainda está lendo o processo cujo sigilo de justiça foi suspenso somente nesta segunda-feira. “Estávamos com um advogado desde as 8h30min no Foro, mas somente conseguimos tirar cópia de quatro dos seis volumes do processo. Então, temos de ler todo o material para fazermos tudo certo”, explicou.

O primeiro pedido de habeas corpus que garantiria a soltura Bernardes foi negado no sábado. "Foi até bom porque estamos ainda mais confiantes depois desta guerra toda. Basta ver o que a própria Polícia Civil tem a dizer sobre o caso", ponderou.  A advogada também adiantou que a defesa – ela trabalha ao lado do colega Marco José Stefani – vai utiilizar a polêmica controvérsia entre MP e Polícia. Afinal, diz a advogada, "não é atribuição do Ministério Público fazer este tipo de investigações". 

Clair Brusamello ainda lembrou a citação do diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Ranolfo Vieira Jr., que acredita que parte dos denunciados pelo Ministério Público podem ser inocentes: "Há pessoas presas que não têm ligação alguma com a cena do crime", disse o delegado.

“A promotora simplesmente listou o nome de desafetos do secretário Eliseu e jogou dentro do processo. Não há nenhuma prova que ligue o Marco ao homicídio”, argumentou, citando que o réu foi conselheiro da OAB. “Em nenhum momento se pensou que ele tem uma imagem e que ela está sendo destruída”.

O ex-assessor jurídico da Secretaria da Saúde está preso desde quinta-feira no Presídio Central. Por determinação da Juíza de Direito do 1º Juizado da 1ª Vara do Júri, Elaine Maria Canto da Fonseca, Marco Bernardes encontra-se em uma cela especial por ser bacharel em Direito. Ele ainda teria sofrido ameaças dos outros presos do caso: Marcelo Machado Pio, de 33 anos, e Jorge Renato Hordoff de Mello, de 42 anos.

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