Defesa de suspeito de matar taxistas tenta descaracterizar latrocínio

Defesa de suspeito de matar taxistas tenta descaracterizar latrocínio

Conforme advogado de Luan Barcelos, cliente foi torturado para confessar crimes

Correio do Povo

Luan compareceu a audiência nesta quinta-feira

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O advogado Mateus Marques, responsável pela defesa de Luan Barcelos da Silva, suspeito de matar seis taxistas em março deste ano, negou que seu cliente tenha cometido os crimes, após audiência do caso realizada nesta quinta-feira, em Santana do Livramento. Conforme ele, o jovem de 21 anos foi torturado para assumir a autoria dos homicídios, ocorridos em março deste ano, nos municípios de Livramento, Porto Alegre e Rivera, no Uruguai.

“Pelo fato de o Luan estar com os pertences das vítimas não cabe imputar o crime de latrocínio e sim o de recepção”, explicou o advogado, referindo-se aos objetos dos taxistas encontrados na casa do suspeito. “Não é o Luan que tem que provar que não é ele que matou e sim o Ministério Público que tem provar que é o Luan. E não tem prova nenhuma”, ressaltou Marques, que solicitou pedido de liberdade provisória ao cliente. Por ora, o jovem segue detido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

O réu não depôs na audiência desta quinta-feira, na qual foram ouvidos policiais civis e militares que participaram das investigações e da prisão do suspeito, em Porto Alegre. Luan teria confessado e dado detalhes dos crimes logo ao ser preso. No entanto, o advogado afirma que ele foi “torturado por oito horas” para se entregar. Ainda segundo o advogado, testemunhas do caso alegaram que dois taxistas mortos tinham envolvimento com crimes na região.

O promotor de justiça, José Eduardo Gonçalves, diz respeitar a linha de defesa adotada pelo advogado de Luan, porém, sustenta que o réu já confessou os atos de forma bem detalhada: “Sozinho ele matou e demonstrou tudo com requintes de frieza. Há um compêndio de provas intocáveis contra ele”, afirmou Gonçalves.

No próximo dia 19 de novembro, a vara de execuções criminais promoverá uma nova audiência quando serão ouvidas outras pessoas.

Forte esquema de segurança em Livramento

Luan chegou ao judiciário de Santana do Livramento por volta das 13h50min escoltado por pelo menos 15 agentes penitenciários. Um forte efetivo policial monitorou os acessos ao fórum da cidade. Ele será o último a ser ouvido na fase de instrução do processo.

*Com informações dos repórteres Tiago Medina e Jango Medeiros / Correio do Povo

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