Defesa nega envolvimento de mãe em morte de bebê em Porto Alegre
Advogados sustentam que mulher também era vítima do marido e negam que ela tenha abandonado filha em hospital
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A defesa da mãe da bebê de um ano e 10 meses, morta após ter sido hospitalizada em estado grave em Porto Alegre, negou o envolvimento dela no crime. A tese também sustenta que ela não abandonou a filha durante o período de internação, em oposição do que constatou a Polícia Civil. Segundo a instituição, nem ela nem o pai acompanharam a criança no hospital.
A mulher e o companheiro estão presos desde a última sexta-feira. Eles são investigados por homicídio. A menina morreu na segunda-feira, quatro dias após ter sido internada no Hospital Nossa Senhora da Conceição.
Foram os médicos que acionaram a Polícia Civil, após constatarem, na mesma data da internação, que a menina teria morte encefálica. Exames posteriores revelaram que ela também estava com o braço direito fraturado, hemorragia na retina e fissura no ânus. Por isso que, além das agressões, a possibilidade de abuso sexual não é descartada.
O advogado Cristiano Zonta, que representa a suspeita, afirma que ela e a filha viviam em situação de extrema pobreza, no bairro Lomba do Pinheiro, na zona Leste de Porto Alegre. Ele diz que a mulher também seria vítima do marido, e não teria feito denúncias por medo.
"Ela era vítima de tortura e violência psicológica. Infelizmente, as maiores vítimas de violência doméstica estão na linha de miséria, como no caso dela. Assim, por estarem submissas, grande parte das vítimas sequer denunciam seus agressores e acabam como dependentes deles para tudo”, destacou o jurista.
Ainda segundo o advogado, há testemunhas que a mãe acompanhou o período de internação da filha em tempo integral. A defesa alega também que apenas o ex-marido dela teria antecedentes por agressão a outros irmãos da menina.
Por fim, o advogado evitou comentar o fato da vítima já ter sido levada para um abrigo. Ele afirma que esse e outros detalhes vão ser esclarecidos posteriormente, para não prejudicar as investigações.
A Polícia Civil aponta que a mulher já tinha uma ocorrência antiga de maus-tratos contra outros filhos. Em relato informal, a sogra dela, que mora na frente da residência do casal, teria dito que a suspeita batia na menina que morreu. O caso é investigado pela 1ª DP de Homicídios, sob comando da delegada Clarissa Demartini.
"Por enquanto ainda é uma investigação em andamento, mas os elementos que dispomos não caminham nesse sentido [da tese da defesa]”, afirmou a delegada.
Leia a nota da defesa
Vimos através desta, informar que causa muita estranheza a forma como as informações vem sendo propagadas, inclusive, há testemunhas presenciais de que a mãe estava o tempo todo acompanhando a filha, assim como, de que ela também era vítima de tortura e violência psicológica.
Estamos falando de uma mulher e mãe, que foi reduzida a nada no ambiente familiar e que agora vem sofrendo com o peso de ilações que diverge de forma diametralmente oposta ao que aconteceu.
Estamos trabalhando para não só demonstrar a inocência dela na investigação, mas também demonstrar que era vítima.
Cristiano Zonta e Gislene Paz, Advogados de defesa.