Defesa nega envolvimento de mãe em morte de bebê em Porto Alegre

Defesa nega envolvimento de mãe em morte de bebê em Porto Alegre

Advogados sustentam que mulher também era vítima do marido e negam que ela tenha abandonado filha em hospital

Marcel Horowitz

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A defesa da mãe da bebê de um ano e 10 meses, morta após ter sido hospitalizada em estado grave em Porto Alegre, negou o envolvimento dela no crime. A tese também sustenta que ela não abandonou a filha durante o período de internação, em oposição do que constatou a Polícia Civil. Segundo a instituição, nem ela nem o pai acompanharam a criança no hospital.

A mulher e o companheiro estão presos desde a última sexta-feira. Eles são investigados por homicídio. A menina morreu na segunda-feira, quatro dias após ter sido internada no Hospital Nossa Senhora da Conceição.

Foram os médicos que acionaram a Polícia Civil, após constatarem, na mesma data da internação, que a menina teria morte encefálica. Exames posteriores revelaram que ela também estava com o braço direito fraturado, hemorragia na retina e fissura no ânus. Por isso que, além das agressões, a possibilidade de abuso sexual não é descartada.

O advogado Cristiano Zonta, que representa a suspeita, afirma que ela e a filha viviam em situação de extrema pobreza, no bairro Lomba do Pinheiro, na zona Leste de Porto Alegre. Ele diz que a mulher também seria vítima do marido, e não teria feito denúncias por medo.

"Ela era vítima de tortura e violência psicológica. Infelizmente, as maiores vítimas de violência doméstica estão na linha de miséria, como no caso dela. Assim, por estarem submissas, grande parte das vítimas sequer denunciam seus agressores e acabam como dependentes deles para tudo”, destacou o jurista.

Ainda segundo o advogado, há testemunhas que a mãe acompanhou o período de internação da filha em tempo integral. A defesa alega também que apenas o ex-marido dela teria antecedentes por agressão a outros irmãos da menina.

Por fim, o advogado evitou comentar o fato da vítima já ter sido levada para um abrigo. Ele afirma que esse e outros detalhes vão ser esclarecidos posteriormente, para não prejudicar as investigações.

A Polícia Civil aponta que a mulher já tinha uma ocorrência antiga de maus-tratos contra outros filhos. Em relato informal, a sogra dela, que mora na frente da residência do casal, teria dito que a suspeita batia na menina que morreu. O caso é investigado pela 1ª DP de Homicídios, sob comando da delegada Clarissa Demartini.

"Por enquanto ainda é uma investigação em andamento, mas os elementos que dispomos não caminham nesse sentido [da tese da defesa]”, afirmou a delegada.

Leia a nota da defesa

Vimos através desta, informar que causa muita estranheza a forma como as informações vem sendo propagadas, inclusive, há testemunhas presenciais de que a mãe estava o tempo todo acompanhando a filha, assim como, de que ela também era vítima de tortura e violência psicológica.

Estamos falando de uma mulher e mãe, que foi reduzida a nada no ambiente familiar e que agora vem sofrendo com o peso de ilações que diverge de forma diametralmente oposta ao que aconteceu.
Estamos trabalhando para não só demonstrar a inocência dela na investigação, mas também demonstrar que era vítima.

Cristiano Zonta e Gislene Paz, Advogados de defesa.


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