Defesas negam participação de PMs na morte de jovem em São Gabriel

Defesas negam participação de PMs na morte de jovem em São Gabriel

Advogados dos três brigadianos que abordaram Gabriel Marques Cavalheiro querem esclarecimento total do fato e pretendem provar inocência deles

Correio do Povo

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As defesas negam o envolvimento do sargento e de dois soldados na morte de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em São Gabriel. O corpo do jovem foi localizado na tarde da última sexta-feira em um açude na localidade de Lava Pé, no interior do município. Ele havia sido abordado pelos três policiais militares em uma viatura na noite do dia 12 deste mês. Depois não foi mais visto nos dias seguintes.

“Desde o começo, o segundo sargento nega qualquer tipo de participação e de ação que tenha resultado em lesão, morte ou algo de maldade para o menino Gabriel. Não há nenhum tipo de circunstância nesse sentido. Ele nega absolutamente qualquer ação ou fato que possa ter resultado nessa circunstância do Gabriel”, declarou na manhã desta terça-feira o advogado Maurício Custódio, que representa o policial militar junto com o advogado Ivandro Bitencourt Feijó.

“Acreditamos que possa ter ocorrido algo posterior a essa carona dada ao Gabriel”, acrescentou. “Ele está à disposição para qualquer prova, busca defender a inocência dele de forma veemente, ele quer se comprometer com a investigação, quer estar presente, quer produzir a defesa dele, ele quer provar a inocência dele”, ressaltou o advogado, parabenizando a intenção da Polícia Civil em realizar uma reprodução simulada dos fatos e com as provas que estão sendo produzidas. “É interesse do sargento esclarecer o fato por que ele se sente injustiçado, está sendo injustiçado...” observou.

“Neste primeiro momento, a linha de defesa trabalha com acesso integral às informações que já foram produzidas para termos um panorama geral do que a Brigada Militar e a Polícia Civil estão tendo como objeto dessa investigação”, explicou Maurício Custódio. “Aguardamos os esclarecimentos que já foram solicitados”, frisou.

Representante dos dois soldados, a advogada Vânia Barreto destacou que “os policiais não têm a mínima ideia do que ocorreu com Gabriel, pois depois que ele desembarcou da viatura, os policiais fizeram o retorno e voltaram para o patrulhamento e não tiveram mais contato”. De acordo com ela, “a versão dos policiais é muito coerente, uniforme e o que ocorreu é exatamente o que eles narram”.

“A defesa é a mesma desde o princípio, de que os policiais atenderam uma ocorrência envolvendo Gabriel e depois que ele desembarcou da viatura, não tiveram mais contato com ele”, enfatizou. “Os policiais têm o máximo interesse que a investigação seja firme, extensa, porque se reforçará a certeza de que não têm participação alguma na morte do jovem”, assegurou. O próximo passo da defesa será decidido ainda nesta terça-feira pela advogada Vânia Barreto, que atua no caso com a advogada Shaianne Lourenço Linhares.

O caso 

O corpo de Gabriel Marques Cavalheiro foi localizado na tarde da última sexta-feira em um açude na localidade de Lava Pé, no interior de São Gabriel, após buscas da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul. Morador de Guaíba, ele estava na cidade para cumprir o serviço militar obrigatório. As informações apontam que o jovem foi abordado na avenida 7 de Setembro, no bairro Independência, pelos três policiais militares em uma viatura. 

Os três brigadianos foram presos ainda na noite de sexta-feira e encontram-se recolhidos no presídio militar em Porto Alegre. A Corregedoria-Geral da Brigada Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o caso. A Polícia Civil também abriu um inquérito e já encaminhou um pedido de prisão preventiva do sargento e dos soldados ao Poder Judiciário.


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