Deic apura suposta corrupção passiva de despachante veicular e vistoriador no Vale do Rio dos Sinos

Deic apura suposta corrupção passiva de despachante veicular e vistoriador no Vale do Rio dos Sinos

Operação com apoio do DetranRS foi realizada em Novo Hamburgo, São Leopoldo e Esteio

Correio do Povo

Houve duas prisões e apreensão de R$ 10 mil em dinheiro e duas armas

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O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil desencadeou no começo da manhã desta quarta-feira a segunda fase da operação Galézia no Vale do Rio dos Sinos e Região Metropolitana de Porto Alegre. O objetivo é apurar corrupção passiva praticada em tese por um despachante veicular em Novo Hamburgo e que atuava em conjunto com um vistoriador de um Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA) de São Leopoldo.

A ação, que conta com apoio do DetranRS, é conduzida pelo titular da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção (2ª DECOR), delegado Augusto Zenon de Moura Rocha. Os agentes cumpriram dois mandados de prisão preventiva e outros dois mandados de busca e apreensão em Novo Hamburgo, São Leopoldo e Esteio. Além de dois presos, em torno de R$ 10 mil em dinheiro e duas armas foram recolhidos.

A denúncia inicial foi encaminhada há cerca de três meses pela Corregedoria do DetranRS. Conforme o delegado Zenon de Moura Rocha, a informação repassada era de que uma vítima, residente no Paraná, adquiriu um Toyota Hilux, oriundo do Rio Grande do Sul. Ao dar entrada no processo de transferência, foi orientado pelo Detran do Paraná que, devido a problemas no documento de origem, a regularização deveria ser feita no DetranRS.

Com o intuito de realizar a correção, a vítima enviou uma vistoria lacrada ao antigo proprietário, residente em Novo Hamburgo, sendo que esse procurou o CRVA no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo, onde não conseguiu realizar o procedimento.

Assim sendo, o despachante veicular foi procurado e repassou o orçamento para a realização de seu serviço, que consistiria na correção dos dados e troca das placas, bem como um adicional de valores que seriam repassados a algum funcionário de CRVA para obtenção da regularização veicular.

Após o cumprimento de mandados de busca e operação na casa e escritório do despachante na primeira fase da operação Galézia, a equipe da 2ª DECOR encontrou, em um telefone celular apreendido, várias mensagens de áudio e texto trocadas entre o despachante com o vistoriador do CRVA de São Leopoldo. “Não só confirmando a denúncia, mas também envolvendo novas e diversos acertos com o vistoriador acerca de trocas de valores por serviços com outros clientes do CRVA”, salientou o delegado delegado Zenon de Moura Rocha.

O trabalho investigativo identificou então outros diálogos apontando irregularidades e ilicitudes, com solicitação de valores entre o despachante e o vistoriador relacionados a diversos veículos. “Inclusive, no decorrer da conversa, constam PIX efetuados pelo despachante a contas bancárias de familiares do vistoriador. Inclusive há um diálogo referindo haver conta bancária conjunta deles, oriunda das práticas ilícitas, para o fornecimento de empréstimo de dinheiro a juros para outrem”, explicou. 

“Os diálogos transcritos na investigação apontam também que pode haver o envolvimento pontual de algum outro funcionário do CRVA no esquema de corrupção”, acrescentou o delegado Zenon de Moura Rocha. Os materiais e objetos eventualmente apreendidos serão analisados pela 2ª DECOR com a finalidade de “robustecer as provas existentes e evidenciar a eventual participação de outros indivíduos nos crimes investigados”.


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