Delegados afirmam que mãe de Bernardo Boldrini cometeu suicídio

Delegados afirmam que mãe de Bernardo Boldrini cometeu suicídio

Novas investigações indicaram que não houve participação de Leandro na morte da ex-esposa

Felipe Dorneles

Marcelo Lech explica investigações do caso Odilaine

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Após a reabertura do inquérito sobre a morte da mãe de Bernardo Boldrini, Odilaine Ugliane, o titular da 2ª Delegacia de Santa Rosa, Marcelo Lech, e o diretor do Instituto Geral de Perícia (IGP), Cléber Muller, anunciaram nesta sexta-feira que Odilaine cometeu suicídio dentro do escritório do então médico Leandro Boldrini, localizado em Três Passos, em 2010. O anúncio foi feito no auditório da Fundação Educacional Machado de Assis, em Santa Rosa.   

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Em maio de 2015, a reabertura do caso foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS). A decisão do juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos, foi tomada com o objetivo de esclarecer a dúvida sobre a possibilidade suicídio ou assassinato.  

Conforme Lech, em 10 meses de investigações, foram ouvidas 55 pessoas em várias cidades do Estado. Os depoimentos foram tomados em Porto Alegre, Santa Maria, Santa Rosa e Três Passos. Desse grupo de pessoas, três poderiam ter uma relação direta com o crime, seja por ter praticado ou por ter facilitado o acesso à arma. Apesar disso, nenhum elemento que indicasse o homicídio foi encontrado.

Suposta influência descartada

Os investigadores também se preocuparam em esclarecer se houve algum tipo de influência para o suicídio, mas essa hipótese foi descartada. De acordo com Lech, por mais que a relação entre Leandro Boldrini e Odilaine fosse conflituosa, o médico não teve relação com a morte da mãe de Bernardo. Durante o depoimento do médico, um dos mais longos da nova investigação, ele afirmou que tentava entender se ela queria simplesmente matá-lo e se suicidar ou tirar a própria vida na sua frente.  

Lech contou que Odilaine tinha um histórico de três tentativas de suicídio com medicamentos. Ainda que o caso tenha sido esclarecido, a origem da arma usada pela mãe de Bernardo não foi elucidada. O diretor do IGP, Cléber Muller, revelou que após a exumação do corpo foi feito uma análise do crânio e uma reconstituição do mesmo em 3D. A ideia era identificar a trajetória da bala. Foram criadas diversas situações no ambiente do crime. Das seis possibilidades elencadas pela investigação, apenas uma contava com a presença de uma terceira pessoa no consultório, o que foi descartado. 

Vício de escrita na carta 

A carta escrita antes da morte de Odilaine levantou dúvidas durante o processo de reabertura do inquérito que apurou a morte da mãe de Bernardo. A família contratou um investigador particular que chegou a afirmar que a mensagem não havia sido escrita por Odilaine.

Já os investigadores afirmaram nesta sexta que a carta continha vícios de escrita, o que facilitou a identificação de quem era o autor da mensagem. Conforme o delegado Marcelo Lech, Odilaine tinha polimorfismo, que significa que a pessoa escrevia de várias formas. Dessa forma, a conclusão de uma equipe especializada neste tipo de análise indicou que a mãe de Bernardo foi quem escreveu a carta antes de morrer.  

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