Denarc prende liderança do tráfico em apartamento de luxo em Capão da Canoa

Denarc prende liderança do tráfico em apartamento de luxo em Capão da Canoa

Traficante acumulou fortuna gerenciando entrada de drogas no sistema prisional

Marcel Horowitz

Foragido acumulou fortuna traficando drogas no sistema prisional

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Um homem que enriqueceu com distribuição de drogas ao sistema penitenciário gaúcho foi preso pelo Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Ele estava em um apartamento de luxo, na rua Guilherme Guitmann, no bairro Zona Nova, em Capão da Canoa, no litoral Norte. A prisão ocorreu na sexta-feira, mas foi divulgada neste sábado.

Ainda na ação, foi cumprido um mandado de busca que apreendeu R$ 3 mil e celulares. A ofensiva, chamada ‘Operação Valor Perdido’, foi coordenada pela 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (1ªDin), sob comando do delegado Gabriel Borges.

"Esse traficante desempenha papel de liderança em uma organização criminosa. A prisão dele foi resultado de mais de um ano de investigações altamente técnicas, que foram realizadas por policiais da 1ª Din”, enfatizou Borges.

O preso é conhecido como ‘TH’ ou ‘Bode’. Além da residência em Capão, ele também é proprietário de sítios, em Maquiné e na região Metropolitana, e de imóveis em Santa Catarina.

A investigação aponta que o criminoso acumulou patrimônio no período em que esteve preso. Isso porque ele controlava a entrada de drogas e celulares no Complexo Prisional de Charqueadas e na Penitenciária Estadual do Jacuí.

Outra fonte de renda dele era a venda de drogas nas ruas. Ele seria uma das lideranças da facção Os Abertos, que é parceira de uma organização criminosa com base no Vale do Sinos.

Os pontos de tráfico dele incluem cidades como São Leopoldo, Tramandaí e Capão da Canoa. Ele ainda tem atuação na zona Norte de Porto Alegre, nas localidades do Loteamento Timbaúva e na Cohab Rubem Berta.

Esquema operado por companheira

O traficante era procurado desde outubro de 2022, quando uma ação do Denarc localizou R$ 823 mil na casa da companheira dele, no bairro Scharlau, em São Leopoldo. Na ocasião, as notas estavam envoltas em papel alumínio, no interior de balões de festa. Também foi apreendido um Jeep Compass, avaliado em quase R$ 200 mil.

A mulher, de 34 anos, confessou informalmente que o veículo era do companheiro. Já a forma com que o dinheiro estava embalado, na versão dela, seria uma tática para evitar que as notas ficassem úmidas quando fossem enterradas em uma propriedade rural. Ela chegou a ser presa preventivamente, mas recebeu benefício de cumprir prisão domiciliar humanitária em dezembro daquele ano. A medida também acabou sendo revogada.

"Na época, chamou atenção a absurda quantidade de dinheiro, bem como a forma que as notas estavam acondicionadas. Com o avançar da investigação foi possível verificar a mulher era uma das operadoras financeiras do líder da facção”, destacou o delegado Gabriel Borges.


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