Depoimento de delegada do caso Bernardo dura mais de quatro horas
Caroline Bamberg alegou cansaço e reiterou que acredita na culpa dos envolvidos no crime
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A delegada também voltou a falar sobre os vídeos onde o menino era humilhado pelo pai e pela madrastra e que em Bernardo aparecia pedindo desculpas, após sofrer a agressão psicológica.
"Quando esse vídeo vier a público, a população vai saber como era a situação dentro da casa. O vídeo é bem revelador e demonstra o comportamento que ele (Leandro) tinha com o filho", disse a delegada antes do depoimento.
Após a delegada, um médico amigo de Leandro Boldrini presta depoimento. Ele repetiu que o colega de profissão havia comentado que não era difícil desfazer-se de um corpo. O depoente foi o responsável pelo parto de Graciele. A esposa do médico é a psicóloga de Bernardo, que afirmou que o menino reclamava de carência afetiva.
O próximo a ser ouvido será um dentista e, na sequência, a audiência será paralisada durante uma hora. No retorno do intervalo, faltará ouvir oito testemunhas de acusação. As 22 de defesa foram dispensadas dos depoimentos desta terça-feira.
Juiz marcará nova audiência para ouvir testemunhas que foram dispensadas e que residem na Comarca de Três Passos. As demais serão ouvidas por carta precatória.
Relembre o caso:
Bernardo, de 11 anos, desapareceu em 4 de abril, em Três Passos, e teve o corpo encontrado na noite do dia 14, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio. Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta Graciele Ugulini, admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada.
O pai do menino, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
A polícia sustenta a tese de que Graciele e Edelvânia executaram o homicídio usando doses do medicamento Midazolan – a madrasta porque entendia que o menino era um "estorvo" para o relacionamento entre ela e Leandro Boldrini, e Edelvânia em troca de dinheiro, para comprar um apartamento. Ainda segundo a polícia, Boldrini também teve participação na morte fornecendo o medicamento controlado em uma receita assinada por ele, na cor azul. Já Evandro se tornou o quarto réu do caso, pela suspeita de ter ajudado a fazer a cova onde o corpo do menino foi enterrado.