Desarticulada quadrilha de armas que lucrava R$ 700 mil por mês

Desarticulada quadrilha de armas que lucrava R$ 700 mil por mês

Operação da Polícia Civil ocorreu em Porto Alegre, região Metropolitana e Santana do Livramento

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Desarticulada quadrilha de armas que lucrava R$ 700 mil por mês

publicidade

A operação Cerberus, deflagrada nesta segunda-feira para combater uma organização criminosa que comercializava armas, explosivos e drogas no Estado, descobriu que o grupo era baseado na atuação de um uruguaio, responsável por adquirir o armamento e exercer monopólio na venda de entorpecentes na fronteira com o país vizinho. O lucro mensal girava em torno de R$ 700 mil. Vinte pessoas foram presas, sendo nove hoje e outras 11 que já estavam detidas.

"A investigação, que durou cerca de um ano, começou com o homicídio de uma pessoa muito importante no mundo do crime. A partir disso, encontramos outros materiais que nos levaram para o tráfico de armas e drogas. Os entorpecentes que vinham da região Metropolitana para fronteira eram supervalorizados na troca pelo armamento", explicou o integrante da Divisão de Assessoramento Especial do Departamento de Polícia do interior, delegado Eduardo Finn em entrevista à Rádio Guaíba.

De acordo com o delegado, o uruguaio adquiriu muitos contados no mercado negro de armas e conseguiu monopolizar o comércio fazendo negociações entre Porto Alegre e Santana do Livramento. "Ele conseguia o armamento, vendia na Capital por um preço altíssimo e depois trocava por cocaína, crack ou maconha na Fronteira Oeste. Através da intimidação, ele forçava os criminosos do interior a vender os entorpecentes somente para ele", detalhou.

Finn relatou que a partir dessas medidas, o uruguaio obteve uma rede tão grande de contatos que diversos criminosos de vários presídios o procuravam para negociar armas e drogas. "Cumprimos mandados nas penitenciárias de Charqueadas, Rosário do Sul, Santana do Livramento e Uruguaiana", completou o delegado.

Rota e o modus operandi


A principal rota da organização criminosa que atuava em Porto Alegre, na região Metropolitana e Santana do Livramento era a BR 290 e os criminosos usavam adolescentes para levar drogas e armas. "Eles colocavam jovens e um adulto para ficar no controle durante esse transporte. E claro que eles contavam com o fato de que a pena para adolescentes seria menor", acrescentou.

De acordo com o delegado Finn, a operação Cerberus é derivada das ofensivas Queima de Arquivo e Rescaldo. Durante o trabalho, o que mais surpreendeu foi a venda de explosivos, o que levanta a hipótese de que a organização criminosa esteja ligada a ataques a banco. "Isso não está descartado. É possível. Encontramos armas que são muito valorizadas no mercado. Um fuzil 566, por exemplo, vale R$ 30 mil em Porto Alegre", finalizou.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895